Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) anunciaram um avanço significativo no tratamento do melanoma, o câncer de pele mais agressivo e letal. A equipe desenvolveu uma pomada e um gel promissores que têm o potencial de se tornar a primeira medicação tópica do mundo para combater o câncer. O produto recebeu uma patente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em 2021.
No Brasil, o câncer de pele representa um terço de todos os diagnósticos da doença, totalizando 185 mil novos casos anualmente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. O melanoma, sendo um dos tipos mais perigosos, resulta em mais de 8 mil novos casos anualmente. Embora tratamentos cirúrgicos precoces sejam comuns, recorrências e metástases são frequentes.
Os pesquisadores realçam que a substância responsável por essa inovação, chamada de derivado de dibenzoilmetano (DPBP), não apenas demonstrou eficácia em destruir células cancerígenas - interagindo com as moléculas de DNA -, mas também exibiu uma notável seletividade, uma vez que apresenta um potencial 40 vezes maior de agir nas células doentes que nas saudáveis, conferindo segurança ao medicamento. Testes de farmacocinética e toxicidade em camundongos com melanoma foram iniciados e o passo seguinte será o início dos testes em humanos com melanoma.
É importante ressaltar que o uso da pomada e do gel transdérmico não substitui a remoção cirúrgica de melanomas. A porção interna da pele, não visível, ainda pode regenerar lesões ou causar metástases silenciosas. O gel busca eliminar as células remanescentes, enquanto a pomada, de aplicação superficial, pode ser formulada em conjunto com protetor solar, sendo indicada para prevenir recorrências do câncer.
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