O mundo científico vem buscando
diversas formas de progressivamente substituir os experimentos utilizando
animais vivos por células cultivadas em laboratório, sem prejudicar os
resultados e os avanços nas diferentes áreas. Por exemplo, transformar células cerebrais
humanas em células tronco pluripotentes (ou seja, capaz de se tornarem diferentes
tipos de células dependendo do estímulo dado) são modelos interessantes para o
estudo de doenças neurodegenerativas, como Mal de Alzheimer. Mas o problema para
isso é o seguinte: o diagnóstico preciso de Alzheimer só pode ser dado com a
realização de uma autopsia, depois que o paciente falece. Como conseguir as
células pluripotentes depois disso? Um passo importante para resolver o
problema foi dado por cientistas americanos em um trabalho publicado esse ano na
revista Acta Neuropathologica Communications.
O que ele fizeram? Usando um
método novo, eles conseguiram induzir a transformação para células
pluripotentes em amostras de cérebro de pacientes diagnosticados com
Alzheimer... que estavam congeladas a uma temperatura de -80 °C (vortex polar
nos Estados Unidos é brincadeira de criança!) em bancos de tecidos há uma década!
Os cientistas isolaram e cultivaram essas células no laboratório e elas agora
podem ser um modelo de estudo interessante, porque os pesquisadores tem certeza
do diagnóstico do paciente de onde as células vieram. Além disso, esse método pode
ser aplicado para geram células de pacientes com outras doenças neurológicas,
como o Mal de Parkinson.
A capacidade de células adultas
de se transformaram em pluripotentes foi descoberta em 2006 e rendeu o Prêmio
Nobel de Medicina e Fisiologia ao seu descobridor, o cientista japonês Shinya
Yamanaka, em 2012. Agora as células obtidas de pacientes com Alzheimer vão
poder ser usadas para pesquisas que busquem entender melhor como a doença
funciona, comparando células de pessoas sadias e pessoas com a doença, além de
servirem para os cientistas testarem novas drogas. Mais um pequeno passo que a
Ciência dá para se afastar dos Beagles.
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