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Dr. Lair Ribeiro, os melhores alimentos do mundo e a falácia da falsa causa



Há algum tempo atrás, recebi pelo grupo da família (é sempre o grupo da família!) no WhatsApp um vídeo de uma entrevista com o famoso Dr. Lair Ribeiro. A entrevista foi no programa “Mesa de Debate” da TVE de Juiz de Fora, Minas Gerais. Nesse bloco do programa, Dr. Ribeiro lista quais são os melhores alimentos do mundo e termina sua fala com, digamos, um deslize lógico. Mas eu vou chegar lá. Porém, antes de tudo, quem é Lair Ribeiro? E esses são os melhores alimentos do mundo?

Vou começar pelo homem: de acordo com o seu currículo, Dr. Ribeiro é médico formado em 1972 pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com especialização em cardiologia em 1973 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e em nutrologia em 2008 pela Associação Brasileira de Nutrologia. Ele também tem dois mestrados: um em cardiologia pela PUC-Rio obtido em 1974, e um em Neurolinguística pela Sociedade de Programação Neurolinguística obtido em 1988. O médico diz que publicou mais de 150 artigos científicos em revistas americanas, o que não é verdade. Uma busca no Pubmed, site que reúne as publicações da área médica, mostra 51 artigos na área de cardiologia, e vários em revistas brasileiras, publicados antes de 1991. Mas isso não deixa de ser uma carreira de respeito. Ribeiro também tem vários livros publicados a partir de 1992, mas esses não contam para essa discussão, visto que são todos de autoajuda.

Fiz questão de colocar as datas porque isso me mostra que existem dois Lair Ribeiro: Um cardiologista formado em instituições tradicionais e, de fato, cientista que existiu até 1991; o outro nutrólogo e programador neurolinguista que só escreveu livros de autoajuda, e que surgiu a partir de 1992. E a partir daí estão os problemas: a nutrologia é uma especialidade médica que só tem força no Brasil, sendo pouquíssima explorada no resto do mundo, onde a questão da nutrição fica a cargo dos nutricionistas; já a programação neurolinguística é uma abordagem de psicoterapia que afirma pode ensinar as pessoas a copiar e reproduzir o seu (ou de outros) comportamento para melhorar o seu sucesso pessoal em diferentes áreas. Porém, não existe nenhuma evidência científica de que as técnicas da programação neurolinguística funcionem (SHARPLEY, 1987) (coisa de picareta, mas isso pode ser tema de outra postagem). Ou seja, tenho um pé atrás sobre o que o Ribeiro dos dias de hoje vende.

Mas e os melhores alimentos do mundo? Para Ribeiro, o melhor alimento do mundo é o leite materno. De fato, para os recém-nascidos é. E aí surge um papo de um suposto mercado negro de colostro, que é o leite produzido pela mãe nos poucos primeiros dias após o nascimento do filho. Pessoas morimbundas comprariam o colostro das mães para tomar e melhorarem de saúde. Esse mercado, se existir, é bem do submundo porque não encontrei nenhuma informação sobre isso. O que existe mesmo é um mercado paralelo de leite materno, onde mães vendem o leite em excesso que produzem para outras mães que produzem pouco (ou para marombeiros que acham que vão ter mais energia para malhar, mesmo sem qualquer comprovação científica). De qualquer forma, o colostro realmente levanta defunto? Não. Embora o colostro seja mais rico que o leite em componentes que regulam o sistema imune, não existe estudos conclusivos sobre o seu uso como suplemento alimentar (BAGWE et al., 2015). E, se você quiser testar, não precisa invadir uma maternidade e assaltar uma mãe: colostro de vaca é vendido como suplemento alimentar.

Ainda sobre leite, um dos entrevistados pergunta sobre o leite de vaca e Ribeiro diz que o problema com o leite são os conservantes colocados durante o processamento industrial do chamado leite longa vida (o da caixinha). Bem, eu já discuti sobre o leite aqui no blogue, mas é importante dizer que o leite de caixinha não tem adição de conservantes. O leite dura seis meses na prateleira do supermercado devido ao seu processamento sob altas temperaturas, chamado ultrapasteurização. No processo, o leite é aquecido a 150 °C por 2 segundos, depois rapidamente resfriado a 32 °C; isso mata qualquer bactéria que estava no leite. Sem bactérias para consumir o leite, ele não estraga, mesmo sem a adição de conservantes. Houve casos de adição de formol ou soda caustica no leite? Sim, mas aí a culpa é dos empresários corruptos e não do processamento do leite.

O segundo melhor alimento do mundo seria o ovo, com a argumentação de que ele possui tudo o que o pintinho precisa para se desenvolver (seria tipo o leite da galinha). Com esse argumento, caviar, que é ovo de peixe, deveria ser tão bom quanto. Bem, também já discuti sobre o ovo aqui no blogue. Mas Ribeiro diz que o ovo é bom também porque a gema é uma fonte de luteína e zeaxantina, que ajudariam na saúde dos olhos. Verdade? Sim, os testes clínicos mostraram que a suplementação da alimentação com essas substâncias aumenta a capacidade visual de pessoas saudáveis e atrasa o desenvolvimento de um tipo de doença dos olhos, chamada degeneração macular (BERNSTEIN et al., 2016). Mas os ovos não são os alimentos mais ricos em luteína e zeaxantina: verduras como espinafre e couve têm dez vezes mais.

O terceiro melhor alimento seria o coco. Sem maiores explicações. Talvez Ribeiro estivesse se referindo ao óleo de coco, que está na moda. Porém não existem provas científicas de que o óleo de coco seja melhor que gordura animal, mas existem evidências de que ele é pior que o azeite, em relação à saúde do coração (EYRES et al., 2016). Se você quiser saber mais sobre as gorduras, também já discutimos isso aqui no blogue.

O quarto melhor alimento do mundo seria a quinoa. De fato, esse grão é rico em proteínas e aminoácidos essenciais, mas depois de cozida, sua composição é similar a do trigo e do arroz. A quinoa não contém glúten, o que é uma vantagem para pessoas com intolerância. Estudos com animais mostraram que a alimentação do quinoa pode levar a uma redução no peso e uma melhora na quantidade de gorduras no sangue, reduzindo colesterol e triglicerídeos, porém ainda não existem estudos em humanos para confirmar esses resultados (SIMNADIS; TAPSELL; BECK, 2015).

O quinto melhor alimento do mundo seria o azeite de oliva. E existem muitas evidências científicas de que o azeite tem papel na proteção do coração, reduzindo as mortes causadas por infartos e derrames (BUCKLAND; GONZALEZ, 2015). Sem discussões!

O sexto e último melhor alimento seria a cúrcuma, tempero muito usado na culinária indiana. Segundo Ribeiro, esse tempero seria capaz de reduzir doenças no cérebro, como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson. Só que não. Embora muitos grupos de cientistas tenham estudado os potenciais da cúrcuma como remédio para diferentes doenças em animais modelos, isso não se reflete quando se trata de humanos. Um estudo mostrou que o consumo de cúrcuma pode estar relacionado a uma melhora no quadro cognitivo (que inclui memória, capacidade de atenção, fala, entre outras coisas) em idosos saudáveis (NG et al., 2006). Mas, embora a suplementação com cúrcuma tenha reduzido a quantidade da proteína beta-amiloide, que é um marcador do Mal de Alzheimer, em pessoas saudáveis de meia idade (DISILVESTRO et al., 2012), o tratamento de pacientes já com a doença não surtiu nenhum efeito (BAUM et al., 2008). Esses resultados podem indicar que a cúrcuma proteja contra o Mal de Alzheimer, mas isso ainda precisa ser investigado diretamente. Sobre mal de Parkinson só existem especulações sobre o potencial da cúrcuma no tratamento; nada de concreto (MYTHRI; BHARATH, 2012).

Em resumo, não sei de onde essa lista saiu; existem poucas informações científicas que apoiem os argumentos de Ribeiro. Quer comer de modo saudável? Siga o Guia Alimentar para a População Brasileira, que é considerado pelo mundo todo como o melhor do mundo todo (É DO BRASIL!!!). Tire um tempo para cozinhar (e se achar que não sabe cozinhar, aprenda) a sua comida, usando alimentos frescos e evitando processados e ultraprocessados (quando mais embalagem, pior). Use gordura, sal e açúcar com moderação na hora de cozinhar. Crie uma rotina para comer, e coma em lugares feitos para comer (nada de almoçar andando pela rua) e com companhia. Compre comida em lugares que vendam alimentos frescos, como feiras e hortifrútis. Se for comer fora de casa, procure comidas feitas na hora e fuja de fast-food. E tome muito cuidado com as propagandas de comidas, principalmente as ultraprocessadas.

Mas, para encerrar, Ribeiro cai em um erro muito comum: confundir correlação (ou seja, quando uma coisa acontece junto ou em seguida de outra) com causa e efeito (quando uma coisa causa a outra) Por exemplo: existe uma correlação de 67 % entre o número de filmes nos quais Nicolas Cage atuou e o número de pessoas que se afogaram em piscinas. Isso quer dizer que os filmes são tão ruins que as pessoas se matam afogadas? É possível, mas muito pouco provável. Correlação não significa causa e efeito. Isso é chamado falácia de falsa causa. (Tem várias nesse site aqui (em inglês).)


Ribeiro diz que o lugar onde se usa mais filtro solar é Queensland, na Austrália. É o lugar onde se tem mais câncer de pele é Queensland. Logo, filtro solar causa câncer de pele. Mas correlação não significa causa e efeito. Por exemplo, eu tenho outra correlação: quanto maior a incidência de radiação ultravioleta, maior os casos de câncer de pele (GORDON; SILVERSTONE, 1976).
 
 
O que está certo? Filtro solar ou radiação U.V. causam câncer de pele? Bem, existem diversas provas científicas que mostram que a radiação U.V. causa o câncer de pele (ARMSTRONG; KRICKER, 2001) e outras que mostram que o uso diário de filtro solar é capaz de reduzir a incidência de câncer de pele, inclusive em Queensland (VAN DER POLS et al., 2006). Ribeiro só tem uma correlação a la Nicolas Cage e afogamentos para sustentar seus argumentos. Feio, bem feio...

Referências

ARMSTRONG, B. K.; KRICKER, A. The epidemiology of UV induced skin cancer. Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, v. 63, n. 1–3, p. 8–18, 2001.

BAGWE, S. et al. Bovine colostrum: An emerging nutraceutical. Journal of Complementary and Integrative Medicine, v. 12, n. 3, p. 175–185, 2015.

BAUM, L. et al. Six-month randomized, placebo-controlled, double-blind, pilot clinical trial of curcumin in patients with Alzheimer disease. Journal of Clinical Psychopharmacology, v. 28, n. 1, p. 110–113, 2008.

BERNSTEIN, P. S. et al. Lutein, zeaxanthin, and meso-zeaxanthin: The basic and clinical science underlying carotenoid-based nutritional interventions against ocular disease. Progress in Retinal and Eye Research, v. 50, p. 34–66, 2016.

BUCKLAND, G.; GONZALEZ, C. A. The role of olive oil in disease prevention: a focus on the recent epidemiological evidence from cohort studies and dietary intervention trials. British Journal of Nutrition, v. 113, n. S2, p. S94–S101, 2015.

DISILVESTRO, R. A. et al. Diverse effects of a low dose supplement of lipidated curcumin in healthy middle aged people. Nutrition Journal, v. 11, n. 1, p. 79, 2012.

EYRES, L. et al. Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans. Nutrition Reviews, v. 74, n. 4, p. 267–280, 2016.

GORDON, D.; SILVERSTONE, H. Worldwide epidemiology of premalignant and malignant cutaneous lesions. In: Cancer of the Skin. [s.l: s.n.]. p. 405–434.

MYTHRI, R. B.; BHARATH, M. M. Curcumin: a potential neuroprotective agent in Parkinson’s disease. Current Phamaceutical Design, v. 18, n. 1, p. 91–99, 2012.

NG, T. P. et al. Curry consumption and cognitive function in the elderly. American Journal of Epidemiology, v. 164, n. 9, p. 898–906, 2006.

SHARPLEY, C. F. Research Findings on Neurolinguistic Programming: Nonsupportive Data or an Untestable Theory? Journal of Counseling Psychology, v. 34, n. 1, p. 103–107, 1987.

SIMNADIS, T. G.; TAPSELL, L. C.; BECK, E. J. Physiological Effects Associated with Quinoa Consumption and Implications for Research Involving Humans: a Review. Plant Foods for Human Nutrition, v. 70, n. 3, p. 238–249, 2015.

VAN DER POLS, J. C. et al. Prolonged prevention of squamous cell carcinoma of the skin by regular sunscreen use. Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention, v. 15, n. 12, p. 2546–2548, 2006.


Comentários

  1. Esses "especialistas" de TV falam muita besteira, são sempre cheios de certezas e adoram falar que tudo dá cancer. Cientista RAÍZ mesmo sabe que tudo é incerteza e tem mais cuidado na hora de falar qualquer coisa. Muito difícil de entender como que um prego desse consegue chegar na TV e vocês aí escrevendo blog. A hora vai chegar!

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    1. Abençoado Dr. Lair Ribeiro. Para além de seus inestimáveis conselhos para melhorar nossa saúde ele combate precisamente estes chico espertos que se querem promover à sua custa!
      Eu falo por experiência própria !
      Bem haja Dr. Lair!

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  2. Está sendo meio desonesto .

    Contou toda a história do Lair ribeiro .Só fala que ele é "real " quando ele era um cardiologista tradicional.Depois disso virou inimigo da "ciência" (virou religião cientificista agora?).

    Na verdade na época de autoajuda ele era bem mais criticado do que hoje .

    E não o ovo não é o melhor alimento só por causa da luteina e zeaxantina,mas sim que ele explica em uma palestra várias detalhes importantes do ovo,no qual voce não viu.

    Infelizmente voce quis atacar o Lair ribeiro ,que pode errar em um detalhe ou outro ,mas sem buscar as informações com profundidade.

    Ah e ele não é contra o guia alimentar .Os dez alimentos indicados por ele cabem perfeitamente no guia alimentar.

    A realidade é que voces não gostam de ninguém que sai do establishment cientificista corporativista.Ai ficam com estes ataques triviais.

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    1. Ele não virou um inimigo da ciência quando deixou de ser cardiologista "tradicional"; ele deixou de ser cientista. Ele vira inimigo da ciência quando começa a quer sair do "establishment" científico usando dados pseudocientíficos que não condizem com a realidade. A Ciência está sempre se pondo a prova, sendo testada o tempo todo. Quando o Dr. Ribeiro fizer uma ciência séria mostrando que a Ciência de hoje está errada, eu dou meu braço a torcer. Mas ele não fez isso até hoje.

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    2. O amigo ali em cima já disse o que eu iria te dizer: Você atacou Lair Ribeiro mas não aprofundou pra saber sobre seus ensinamentos. Recomendo assistir algumas aulas dele para estudantes de medicina e áreas correlatas, nas quais são discutidos assuntos em profundidade e com citação das fontes. É como ele costuma dizer: "Tá tudo publicado em estudos cientificos sérios, não estou inventando nada, só não ve quem não quer".

      Dr. Lair continua sendo cientista e segundo ele, estuda várias horas por dia.

      Quanto a você, sua área de atuação explica em parte o ceticismo que tem em relação a tudo que foge do establishment cientificista corporativista.

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    3. Bem, eu não ataquei ninguém pessoalmente; rebati os argumentos do Lair usando pesquisas científicas publicadas, nunca desqualificando a pessoa. Isso seria uma falácia.
      Quantos as referências que ele cita para embasar seus argumentos, eu não encontrei.

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    4. Ora, você está claramente buscando promoção em cima de alguém famoso, desculpe a franqueza. Seus expedientes são antigos e bem manjados.
      Como já foi dito, suas análises são superficiais e não enganam nem mesmo o mais ingênuo dos incautos.
      Seu comentário final: "feio.. bem feio.." tem tudo a ver com a sua conduta.
      Você deve assistir mais videos de Lair Ribeiro para ver que ele se aprofunda em cada um dos pontos sobre que se manifesta, enquanto você faz referências bibliográficas que certamente podem ser debatidas por quem é, efetivamente, um cientista.
      A leviandade já fica patente no ínício com a referência a uma imaginária "máfia do leite materno", com a qual induz o leitor a colocar o Lair no terreno da marginalidade.
      Em seguida, o rotula como picareta por ele ter trabalhado com neurolinguística, um setor vasto de conhecimento já muito estudado e aprovado, mas que não faz parte do arrogante meio da medicina.
      Fica clara sua vontade de "destruir a qualquer preço" quando você se refere à cúrcuma, buscando matérias específicas sobre ela ao invés de análisar o conjunto de nutrientes que ela contém.
      Ora, amigo, quem conhece nutrologia, como o Lair, está autorizado a concluir sobre a qualidade de um alimento com base no conjunto de componentes do mesmo, sem que seja necessário embasamento anterior sobre o próprio alimento.
      Por aí vai, poderia, apenas como leigo que sou, destruir ponto a ponto de sua análise mas vou me limitar a suas palavras: feio.. bem feio !

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  3. Se o meu objetivo fosse promoção, eu não tinha escolhido ser professor, talvez a profissão mais invisível do país. Mas bem, como eu já disse acima, não encontrei os dados que Ribeiro usa para sustentar sua argumentação. Os dados que eu achei estão citados nas referências. Se não te convenci assim, não sei mais o que poderia fazer.
    A máfia do leite materno não é invenção minha; Ribeiro é que fala dela na entrevista.
    Sobre a programação neurolinguistica a mesma coisa: não encontrei evidências científicas de que ela funcione. Se você tiver alguma pesquisa científica independente publicada que diga o contrário, coloca nos comentários para a gente ver.
    Sobre a cúrcuma: se não existem evidências que ela funcione no combate a doenças degenerativas, por que eu deveria me ater aos seus componentes individuais? Além disso, Ribeiro diz que a cúrcuma, e não os seus componentes, são bons para as doenças. Mas não existem evidências científicas disso.
    Mas se você acha que alguém que é formado em alguma coisa pode dizer qualquer coisa como verdade sem embasamento, simplesmente por ser uma autoridade, me desculpe, mas acho que você está muito enganado.

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  4. David boa noite.
    quem patrocina estudos e publicações ?
    as publicações na sua opinião podem ser tendenciosas?
    pode haver interesse em publicar ou não determinado estudo?
    Por exemplo na sua opinião Omeprazol faz bem ou faz mal?

    estudos mostram que ele diminui a azia ( então ele faz bem?)

    http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3109/00365529709011212

    nesse outro estudo mostra que el inibi a absorção de vitamina b12

    http://annals.org/aim/article-abstract/707082/omeprazole-therapy-causes-malabsorption-cyanocobalamin-vitamin-b-12

    e sobre esse estudo o que dizer? omeprazol faz bem o faz mal?

    http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/001650859390344C

    vc acha que limão pode curar gastrite e refluxo?
    se não acredita estou perdendo meu tempo.
    Se acredita me mostre estudos que comprovem que limão cura refluxo e gastrite.
    A quem interessa ver um estudo desse publicado ou ainda algum laboratorio vai fazer um estudo desse?
    obs . Eu tenho certeza que cura rsss . O que um gastroi normalmente receita? omeprazol ou limão?


    sugiro tbem que vc assista esse video pode te ajudar a quebrar sua resistencia com o dr Lair Ribeiro

    https://www.youtube.com/watch?v=8hs86ydo5r8


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  5. Bons questionamentos. O dinheiro que financia estudos científicos podem vir de diferentes fontes. Alguns são financiados pela indústria farmacêutica, mas uma grande parte é financiada por dinheiro público ou os instituições filantrópicas. E sim, as publicações podem ser tendenciosas, dependendo da fonte de financiamento. Eu vou desconfiar de um estudo que diz que chá faz mal, mas foi financiado pela associação dos produtores de café. Mas todos os estudos precisam ter as informações de financiamento e conflitos de interesse. Aí dá pra se prevenir de armadilhas.
    Vários estudos não são publicados, especialmente se as coisas testadas não funcionam. Isso é ruim porque o mesmo estudo acaba sendo repetido várias vezes. Mas eu não acho que a indústria farmacêutica impeça a publicação de um estudo com produtos naturais e baratos. Na verdade, ela nem estuda isso; que faz são as universidades com dinheiro público.
    Omeprazol fazer bem ou mal, depende do que você define como fazer bem ou mal. Se você perguntar para alguém que sofre de uma gastrite crônica, eu aposto que ele vai falar que o omeprazol faz bem, independente dos efeitos adversos. Todo medicamento, incluindo os naturais, vai ter efeitos colaterais. Que bom que a gente descobriu que o uso de omeprazol podem estar associado a câncer de estômago. Assim os médicos podem prevenir e fazer exames mais específicos nos pacientes que fazer uso crônico.
    Agora, se o limão cura gastrite, você está jogando uma falácia para cima de mim: a inversão do ônus da prova. Se você está dizendo que o limão cura a gastrite, você é que tem que provar isso, não eu. Como eu disse acima, é provável que a indústria farmacêutica não queira fazer esse tipo de estudo. Mas nada impede que as universidades o faça. E aposto que é de interesse dela. Imagina o quando se economizaria em tratamento, só dentro dos hospitais universitários. É por esse tipo de questão que é essencial que tenhamos universidades e financiamento públicos para desenvolver ciência que atenta ao povo e não apenas indústria. Agora se você não achar nenhum estudo relacionando limão e gastrite, o mais provável é que não exista nenhuma evidência de cura.

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  6. Inveja destrói o ser humano.

    Dr Lair tem um conhecimento que você jamais terá.

    E isso tá te corroendo...

    Conheço muitíssimo bem o teu tipo!

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  7. Quando o cara começa o discurso com o DR. fulano de tal, já sabemos o que vem a seguir. Uma reverência de seita.

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