Pular para o conteúdo principal

Torre Móvel T1E3: Um perigo menor que imaginamos


Você sabia que até mesmo no seu celular podem existir milhões de bactérias? E que elas podem ser prejudiciais a sua saúde? Como diz o ditado: Mantenha seus amigos perto, mas seus inimigos mais perto ainda; ultimamente temos levado ele muito a sério, pois vamos com nosso celular a todos os lugares durante a nossa rotina. Será que após ler essa notícia você continuará levando seu celular para cama? Essa é sua oportunidade de descobrir os perigos a que você se expõe!

· Descubra como objetos do cotidiano poderiam se tornar vetores de um possível ataque bioterrorista.

Ao entrarmos em contato com objetos tais como, smartphones, tablets, teclados, interruptores e maçanetas estamos constantemente nos expondo à microrganismos que se encontravam depositados nestas localidades. Por exemplo; você nunca se perguntou de onde pode ter vindo aquela gripe inesperada durante o inverno? Então saiba que ela pode ter sido causada por um vírus oportunista, que aguardava pacientemente em algum recipiente do qual você acidentalmente entrou em contato, durante, talvez, um passeio por entre as prateleiras do mercado.

De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo, bactérias como Bacillus cereus e Staphylococcus aureus são as mais encontradas no cotidiano. Em sua maioria, são completamente inofensivas para a nossa saúde e, inclusive, até necessárias, mas imaginem se deparar com um Bacillus antracis (segura um pouquinho que a gente já explica) depositado num objeto tipo o seu celular, corrimões, maçanetas, bebedouros, ou num lugar muito movimentado como transportes públicos ou rodoviárias e até, quem sabe, injetado na carne que você comeu no almoço. Imaginem o problema que ia dar!

Vocês sabiam que pessoas já se aproveitaram dessa vulnerabilidade para efetuar contaminação em massa? Essa é a base do bioterrorismo, isto é, a prática de utilizar agentes biológicos e infecciosos para causar efeitos semelhantes aos das grandes epidemias. Infelizmente, tal ideia já foi utilizada em diferentes períodos históricos causando, na maioria das vezes, consequências graves. Um caso de bioterrorismo muito conhecido é o ataque com esporos de antraz que ocorreu nos Estados Unidos, em 2001, onde cartas contaminadas com esporos de Bacillus anthracis, foram enviadas a vários setores de meios de comunicação e a dois senadores democratas do país.

Esta doença pode ser recebida respirando a bactéria, por ingestão de carne contaminada ou por tocar em superfície com o nosso, não tão querido, microrganismo, sendo o meio respiratório considerado o mais mortal entre os outros dois. Uma informação sobre essa bactéria e que, com certeza irá te deixar com um pouco de medo é a sua resistência ao tempo. Enquanto a maioria das bactérias tem sua vida em torno de algumas horas, dias ou até poucos anos, a que estamos falando pode durar até décadas, devido ao seu sistema super resistente que é chamado de "endosporo". Ele é uma estrutura que se forma dentro da célula após a duplicação de seu material genético. Essa estrutura envolve o DNA dela, mantendo-o protegido contra qualquer tipo de mudanças no ambiente externo ao da célula. Será que nos dias atuais, mesmo com maiores avanços da microbiologia e da biotecnologia, estamos mais suscetíveis a esse tipo de ataque? Ainda bem que não é só para o mal que vive o homem, não é mesmo? Graças a mentes de pessoas boas, a CDC (Centers For Disease Control and Prevention - Centros de Controle e Prevenção de Doenças) uma empresa estatal americana, foi desenvolvido um aplicativo cujo nome é Field Facts para smartphones (sistemas iOS e Android) que explica mais como agir em situações como a do antraz citado lá em cima do texto. Ele mostra as medidas necessárias em situações críticas, ensinando o melhor meio para evitar receber o agente infeccioso, quais os sintomas e até qual roupa utilizar. É um app bem interativo e fácil de usar (lembrando que a versão é em inglês, não foi encontrado uma versão em português). O aplicativo está em sua versão 1.0 e já apresenta informações sobre 8 agentes diferentes. É sempre bom mantermos a limpeza dos locais em dia, para evitar contaminações indesejáveis; passar um álcool na mão de vez em quando, até que não é uma má ideia.
Autores: Brenda Henriques, Fábio Almeida, Patrick Rodrigues, Brenda Henriques, e João Pedro Marques. (Monitores: Fátima Gerpe e Heitor de Paula)

Esse texto foi escrito por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, campus Rio de Janeiro, participantes do projeto "Torre Móvel", cadastrado na pró-reitoria de extensão da UFRJ. Se você quiser levar esse projeto para a sua escola também, entre em contato com a gente!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Não, suco de melão São Caetano não é a cura do câncer

Recebi pelo Facebook um link para uma postagem do blogue Cura pela Natureza . Lá é descrito o poder de uma planta medicinal capaz de curar o câncer, controlar o diabetes e, de quebra, fortalecer a imunidade do corpo. Sinistro, né? A planta em questão é chamada de melão São Caetano ou melão amargo. Conhecida cientificamente como Momordica charantia , essa planta faz parte da família Cucurbitaceae, junto com outras plantas famosas, como a abóbora, o pepino e a melancia. Ela cresce bem nas áreas tropicais e subtropicais da África, Ásia e Austrália, e foi trazida ao Brasil pelos escravos. O texto cita o Dr. Frank Shallenberger, dos Estados Unidos, que seria o descobridor dos efeitos medicinais da planta. Fui então atrás das pesquisas publicadas pelo Dr. Shallenberger para saber mais sobre os poderes do melão São Caetano. E descobri que ele nunca publicou nenhum trabalho científico sobre a planta (na verdade, ele nunca publicou qualquer coisa!). Como que a

Não, a fosfoamina não é (ainda) a cura do câncer

Em agosto desse ano, uma reportagem do portal G1 mostrou a luta de pacientes com câncer na justiça para receber cápsulas contendo o composto fosfoamina (na verdade, fosfoetanolamina) que supostamente curaria a doença. O “remédio” era produzido e distribuído pelo campus da Universidade de São Paulo na cidade de São Carlos, mas a distribuição foi suspensa por decisão da própria reitoria, já que o composto não é registrado na ANVISA (todo remédio comercializado no país deve ser registrado) e não teve eficiência comprovada. Porém, alguns dos pacientes tratados com a fosfoamina relatam que foram curados e trazem exames e outras coisas para provar. Segundo o professor aposentado Gilberto O. Chierice (que participou dos estudos com a substância), “A fosfoamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer”. Mas, vamos devagar, professor Gilberto; se a fosfoamina realmente é a cura para o câncer, por que não foi pedido o registro na ANVISA? O Governo Federal poderia produzir gran

Dr. José Roberto Kater e o ovo: vilões ou mocinhos?

Ontem, eu recebi pelo Facebook um vídeo de uma entrevista com o Dr. José Roberto Kater onde ele comenta sobre os benefícios do ovo na alimentação. Porém, algumas coisas me soaram um pouco, digamos, curiosas (na verdade, em pouco mais de três minutos de vídeo poucas coisas pareceram normais (o vídeo completo está disponível no fim do texto)). O Dr. Kater é, segundo a Internet, médico, obstetra, nutrólogo, antroposófico (a medicina antroposófica é um ramo alternativo com base em noções ocultas e espirituais), homeopata, acupunturista e com mais algumas outras especialidades. Porém, não é cientista, já que não tem currículo cadastrado na Plataforma Lattes (do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento, CNPq) ou assina qualquer artigo científico indexado em banco de dados internacional. Para mim, o cara pode dizer que é o Papa, eu não vou acreditar nele de primeira. As informações científicas estão disponíveis e eu fui pesquisar para entender se o Dr. Kater é um visionário ou ch