Qualquer patógeno ou parasita, seja ele vírus, bactéria, fungo ou outra coisa, sofre todos os dias com uma decisão difícil a fazer: o quanto eu devo me multiplicar dentro desse hospedeiro? Uma resposta óbvia seria: o máximo que eu puder! O problema com isso é que se o patógeno se multiplicar rápido demais, ele vai matar o hospedeiro depressa e vai diminuir a chance dele ser transmitido para outros. Motivo pelo qual as epidemias de Ebola são devastadoras, mas normalmente restritas as regiões onde surgem; o vírus mata tão rápido que não tem tempo de se espalhar. Por outro lado, se o patógeno se multiplicar muito pouco, o hospedeiro vive por mais tempo, mas menos doente, o que também reduz a chance do patógeno ser transmitido. Ou seja, o sucesso da doença depende desse balanço, e é de se esperar que essa característica seja aprimorada pela evolução, visto que a reprodução do patógeno depende fortemente disso.
Uma ideia parecida vale para o vírus da AIDS: quando a carga viral (a quantidade de vírus) do paciente está muito alta, a chance de transmissão é maior, mas o hospedeiro fica mais debilitado. O contrario é verdadeiro: menor carga viral, menor transmissão, porém maior tempo de vida do paciente. Mas como o vírus HIV evolui em relação a essa questão? Um grupo de pesquisadores de diferentes nacionalidades (Reino Unido, África do Sul, Canadá, Japão, Botswana e Estados Unidos) investigou o assunto na África. Os cientistas estudaram duas populações diferentemente afetadas pela AIDS: Durban, na África do Sul, e Gaborone, em Botswana. Embora em Durban existam mais pessoas infectadas, em Gaborone a epidemia chegou antes e atingiu uma parcela maior da população.
Os resultados mostraram que a carga viral dos pacientes em Gaborone é menor que em Durban, indicando que o vírus está se adaptando rapidamente e reduzindo sua taxa de replicação. Os pesquisadores, então, simularam os efeitos do coquetel anti-HIV em projeções de computadores. Segundo eles, os remédios podem aumentar a pressão evolutiva sobre o vírus, forçando o patógeno a ficar cada vez menos virulento.
A esperança dos cientistas (e de todo mundo também) é que o tratamento com o coquetel reduza a capacidade do vírus de se multiplicar, diminuindo a transmissão, até que os novos casos de infecção desapareçam (junto com os vírus e a epidemia).
Referência
Uma ideia parecida vale para o vírus da AIDS: quando a carga viral (a quantidade de vírus) do paciente está muito alta, a chance de transmissão é maior, mas o hospedeiro fica mais debilitado. O contrario é verdadeiro: menor carga viral, menor transmissão, porém maior tempo de vida do paciente. Mas como o vírus HIV evolui em relação a essa questão? Um grupo de pesquisadores de diferentes nacionalidades (Reino Unido, África do Sul, Canadá, Japão, Botswana e Estados Unidos) investigou o assunto na África. Os cientistas estudaram duas populações diferentemente afetadas pela AIDS: Durban, na África do Sul, e Gaborone, em Botswana. Embora em Durban existam mais pessoas infectadas, em Gaborone a epidemia chegou antes e atingiu uma parcela maior da população.
Os resultados mostraram que a carga viral dos pacientes em Gaborone é menor que em Durban, indicando que o vírus está se adaptando rapidamente e reduzindo sua taxa de replicação. Os pesquisadores, então, simularam os efeitos do coquetel anti-HIV em projeções de computadores. Segundo eles, os remédios podem aumentar a pressão evolutiva sobre o vírus, forçando o patógeno a ficar cada vez menos virulento.
A esperança dos cientistas (e de todo mundo também) é que o tratamento com o coquetel reduza a capacidade do vírus de se multiplicar, diminuindo a transmissão, até que os novos casos de infecção desapareçam (junto com os vírus e a epidemia).
Referência
PAYNE, R. et al. Impact of HLA-driven HIV adaptation on virulence in populations of high HIV seroprevalence. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 111, n. 50, p. 5393–5400, 2014.
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