Isso mesmo que você ouviu (leu)! Nós ainda não sabíamos a fundo como o sentido do tato funcionava. Dos nossos cinco sentidos, o tato parece ser o mais simples, mas, de fato, não se sabia como ele age. Bem, sabíamos que células nervosas levam as informações de contato da pele até o cérebro, que interpreta isso como a sensação de tato. Mas como? Como a célula sente esse sinal de contato? Sabemos como a luz ativa células na retina, como compostos nos alimentos ativam receptores na língua, odores ativam receptores no nariz e como as ondas sonoras que vibram no tímpano viram o que você ouve. Mas o tato era um mistério.
Então, cientistas americanos, alemães e britânicos investigaram essa questão. Utilizando camundongos como modelo, os pesquisadores identificaram uma proteína, chamada Piezo2, que está presente nas células nervosas que transmitem os sinais de contato da pele. Essa proteína é um canal iônico, ou seja, controla a entrada e saída de sais da célula. E muitos canais iônicos importantes na atividade de células nervosas. Os pesquisadores já sabiam que não era possível criar um camundongo sem essa proteína em todo o corpo (os animais morriam logo após o nascimento). Mas eles conseguiram manter um animal transgênico sem Piezo2 especificamente nas células nervosas na pele e, assim, foi possível estudar a função dessa proteína no tato.
Os cientistas retiraram pequenos pedaços da pele dos camundongos e mostraram que, sem Piezo2, as células nervosas presentes eram menos ativadas por estímulos mecânicos (ou seja, pelo contato). Porém, as células continuavam a responder a estímulos de temperatura e dor, indicando que Piezo2 é responsável apenas pelo tato e não pela dor.
Os pesquisadores também fizeram diversos testes diretamente com os animais. Os camundongos sem Piezo2 eram menos sensíveis a pressão aplicada à pata e a cócegas (sim, eles fizeram cosquinha na pata do camundongo usando um cotonete! Isso sim é ciência!). Além disso, Piezo2 não está envolvida apenas no tato nas patas, mas por todo o corpo. Os cientistas colaram uma fita adesiva (sim, trolaram o bicho colando um durex! Esses caras são muito criativos!) nas costas do camundongo e os animais sem Piezo2 tentaram retirar a fita muito menos que os controles (que tem Piezo2), indicando que eles tinham menos tato nas costas também. Mas a sensibilidade à temperatura foi mantida; ambos os camundongos conseguiam diferenciar quente e frio.
Esses resultados, além de resolver parte de um longo mistério, podem nos ajudar a entender como nosso corpo diferencia o tato da dor. E, como isso, permitir o desenvolvimento de novos analgésico a serem aplicados diretamente pele.
Referência
RANADE, S. S. et al. Piezo2 is the major transducer of mechanical forces for touch sensation in mice. Nature, v. 516, n. 7529, p. 121–125, 2014.
Então, cientistas americanos, alemães e britânicos investigaram essa questão. Utilizando camundongos como modelo, os pesquisadores identificaram uma proteína, chamada Piezo2, que está presente nas células nervosas que transmitem os sinais de contato da pele. Essa proteína é um canal iônico, ou seja, controla a entrada e saída de sais da célula. E muitos canais iônicos importantes na atividade de células nervosas. Os pesquisadores já sabiam que não era possível criar um camundongo sem essa proteína em todo o corpo (os animais morriam logo após o nascimento). Mas eles conseguiram manter um animal transgênico sem Piezo2 especificamente nas células nervosas na pele e, assim, foi possível estudar a função dessa proteína no tato.
Os cientistas retiraram pequenos pedaços da pele dos camundongos e mostraram que, sem Piezo2, as células nervosas presentes eram menos ativadas por estímulos mecânicos (ou seja, pelo contato). Porém, as células continuavam a responder a estímulos de temperatura e dor, indicando que Piezo2 é responsável apenas pelo tato e não pela dor.
Os pesquisadores também fizeram diversos testes diretamente com os animais. Os camundongos sem Piezo2 eram menos sensíveis a pressão aplicada à pata e a cócegas (sim, eles fizeram cosquinha na pata do camundongo usando um cotonete! Isso sim é ciência!). Além disso, Piezo2 não está envolvida apenas no tato nas patas, mas por todo o corpo. Os cientistas colaram uma fita adesiva (sim, trolaram o bicho colando um durex! Esses caras são muito criativos!) nas costas do camundongo e os animais sem Piezo2 tentaram retirar a fita muito menos que os controles (que tem Piezo2), indicando que eles tinham menos tato nas costas também. Mas a sensibilidade à temperatura foi mantida; ambos os camundongos conseguiam diferenciar quente e frio.
Esses resultados, além de resolver parte de um longo mistério, podem nos ajudar a entender como nosso corpo diferencia o tato da dor. E, como isso, permitir o desenvolvimento de novos analgésico a serem aplicados diretamente pele.
Referência
RANADE, S. S. et al. Piezo2 is the major transducer of mechanical forces for touch sensation in mice. Nature, v. 516, n. 7529, p. 121–125, 2014.
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