Na próxima segunda, dia 02, o mundo inteiro irá conhecer os contemplados com o prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia. O prêmio é concedido por instituições suecas e norueguesas, para reconhecer e celebrar pessoas que fizeram nos últimos anos contribuições, pesquisas e descobertas importantes para a humanidade nos últimos anos. Os laureados com o prêmio esse ano receberão um total de 11 milhões de coroas suecas.
Como a fundação Nobel não divulga os cientistas cotados para ganhar o prêmio e só anuncia o ganhador, o que resta a todos nós é especular o possível ganhador ou ganhadora fazendo nossas apostas com base nas pesquisas dos últimos anos que julgamos importantes.
A minha aposta esse ano vai para a cientista brasileira Jaqueline Goes de Jesus, por sequenciar o genoma do primeiro SARS-CoV-2 circulante na América Latina apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso no Brasil, o que foi um importante feito por ela e seu grupo conseguirem sequenciar o genoma desse vírus com tamanha rapidez em comparação com o restante do mundo, uma vez que se corria contra o tempo para entender como o vírus responsável pela Covid-19 atuava e se espalhava rapidamente pelo mundo fazendo milhares de vítimas em uma das maiores pandemias da história. Com o sequenciamento do genoma do vírus é possível o desenvolvimento de vacinas e traçar estratégias contra o vírus. O sequenciamento foi realizado na Faculdade de Medicina da USP dentro do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e em parceria com o IMT-USP e a Universidade de Oxford.
Para sequenciar o genoma do vírus foi realizada a extração do RNA do SARS-CoV-2 e utilizado o MiniION, aparelho portátil que faz a leitura do material genético de diversos tipos de vírus. Esse aparelho faz o sequenciamento por nanoporos: a amostra passa por esse dispositivo que vai gerar uma base genética, e, com esse resultado, é feita uma análise bioinformática onde é comparado com outros genomas já sequenciados anteriormente. Apesar de geralmente os ganhadores do prêmio serem cientistas que publicaram seus trabalhos a mais de 20 anos e a contribuição de Jaqueline ser recente, a pandemia do coronavírus foi um triste e importante marco da história da humanidade e acredito que o prêmio esse ano possa contemplar essa temática.
Esse texto foi escrito por Lygia Silva Pereira Faustino Henrique, aluna de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro como parte da avaliação da disciplina "Prêmios Nobel em Biociências", coordenada pelo professor David Majerowicz.
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