[Blog da Giulianna] Benefícios e riscos dos medicamentos Ozempic, Mounjaro e Wegovy e sua popularização para o emagrecimento
Os medicamentos atualmente disponíveis para o tratamento do diabetes tipo 2 apresentam diferentes princípios ativos e modos de ação, oferecendo opções variadas para os pacientes. O Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, e o Mounjaro, da farmacêutica norte-americana Eli Lilly, são indicados para o diabetes tipo 2, enquanto o Wegovy, também da Novo Nordisk, é exclusivamente destinado ao tratamento da obesidade ou sobrepeso associados a comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. Dentre esses medicamentos, apenas o Ozempic já está à venda no Brasil, os outros dois foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas ainda não têm data para serem comercializados.
Tanto o Ozempic quanto o Wegovy utilizam a substância semaglutida, que simula a ação do peptídeo similar ao glucagon-1 (GLP-1), um hormônio regulador do nível de açúcar no sangue. O GLP-1 atua no sistema nervoso central, controlando o apetite e retardando o esvaziamento gástrico, resultando em uma redução natural do peso corporal pela falta de apetite. O Ozempic e o Wegovy podem causar perda de até 15 % do peso corporal após 17 meses de uso, representando um avanço significativo em relação a outros medicamentos para obesidade — sibutramina e a liraglutida que apresentaram redução de 6 % a 10 %. Além disso, o Wegovy foi liberado para ser usado em adolescentes.
Foi analisado também os resultados entre o Wegovy de 2,4 mg e o Ozempic de 1 mg de semaglutida, observando-se que os pacientes com diabetes tipo 2 que aplicaram Wegovy perderam cerca de 9,64 % do peso total, enquanto aqueles que receberam Ozempic perderam 6,99 %.
Por outro lado, o Mounjaro, que utiliza a substância tirzepatida, age nos receptores do GLP-1 e também em outro hormônio chamado peptídeo inibidor gástrico (GIP). Em estudos comparativos, o Mounjaro demonstrou uma eficácia ainda maior na perda de peso, chegando a 26,6 % do peso total em pacientes que utilizaram o medicamento.
Entretanto, é importante destacar que o uso desses medicamentos sem supervisão médica é fortemente desencorajado tanto pelos médicos quanto pelos laboratórios responsáveis pela produção destes. A automedicação pode levar a erros na dosagem, potencializando os efeitos colaterais e desperdiçando medicamento, considerando seu alto custo. O uso estético desses medicamentos também é criticado por entidades médicas, pois expõe pessoas sem indicação ao risco de efeitos colaterais e contribui para a escassez desses remédios para pacientes que realmente necessitam.
Os efeitos colaterais mais comuns estão associados ao sistema digestivo, incluindo náuseas, vômitos, refluxo, diarreia ou prisão de ventre, além de fadiga, tontura e sensação de falta de energia pela diminuição da ingestão de alimentos. Para que esses efeitos sejam reduzidos, é recomendado aumentar a frequência das refeições, comer devagar e em pequenas porções, não se deitar após se alimentar, evitar gorduras, molhos, enlatados e ultraprocessados, além de aumentar muito a ingestão de fibras, beber mais água e praticar exercícios físicos regularmente. Efeitos incomuns incluem pulso acelerado, alergias, pedras na vesícula, depressão, hematomas pela injeção, lesão nos vasos sanguíneos da retina e problemas nos rins. Ademais, o uso desses medicamentos é contraindicado para aqueles com histórico familiar de câncer medular da tireoide, e histórico de pedra na vesícula e de pancreatite.
Além disso, o uso desses medicamentos pode resultar em alterações estéticas, como o "rosto de Ozempic", associado à flacidez facial, e a perda de gordura na pele que pode afetar os dedos, segundo relatos. A dependência psicológica e o risco de efeito sanfona, com o reganho de peso após a interrupção do tratamento, são preocupações a serem consideradas.
A mudança no estilo de vida, incluindo uma dieta balanceada e a prática regular de atividade física, é fundamental para maximizar os benefícios desses medicamentos e minimizar os efeitos colaterais. A necessidade de acompanhamento médico é enfatizada, especialmente para avaliar potenciais riscos e garantir a segurança do tratamento a longo prazo.
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