Katelin Karikó é uma bioquímica húngara que foi responsável por uma das maiores descobertas dos últimos tempos. Karikó já possuía conhecimento e domínio em tecnologias que envolviam RNA mensageiro (RNAm) e foi responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina contra a COVID-19 que foi responsável pela pandemia que assolou o Brasil e o mundo desde o ano de 2019. Karikó, junto com outros laboratórios, dispararam as pesquisas para desenvolvimento da vacina em tempo recorde. Porém a sua estratégia de criação da vacina com a molécula de RNAm gerou resultados surpreendentes, devido a capacidade da molécula produzir proteínas codificadas pelo próprio DNA dentro das células. A tecnologia utilizada por Karikó está nas vacinas das empresas de biotecnologia Moderna dos EUA e BioNTech da Alemanha sendo a BioNTech em conjunto com a Pfizer para produção e distribuição. Karikó concluiu seu doutorado na University of Szeged, Hungria. Porém, problemas financeiros que restringiam a pesquisa e principalmente o uso da molécula de RNA, fizeram a cientista migrar com sua família para a realização do seu pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, Estados Unidos. A cientista durante toda a sua carreira possuiu muita dificuldade para realização de pesquisas com a molécula, prejudicando seus artigos gerando diversas rejeições durante sua trajetória, mas isso não foi suficiente para fazer com que Karikó desistisse de seu sonho e teve a brilhante ideia de utilização de RNA sintético para seguir adiante com seus estudos.
Karikó possuía uma forte convicção de que, mesmo a molécula sendo pouco estudada, ela possuía um forte potencial no tratamento de diversas doenças com a produção de proteínas de forma independente, sem que houvesse a mutação de genes presentes no DNA humano. Seu primeiro teste foi com a injeção de uma sequência de RNAm através de injeção intramuscular. Porém, os resultados não eram satisfatórios e o corpo humano reconhecia a molécula como um corpo estranho e tentava combatê-las no organismo.
Foi somente no ano de 1997 em conjunto com o Dr. Drew Weissman que Karikó começou a aprofundar os conhecimentos da molécula no sistema imune dos seres humanos e em 2004 começou a trabalhar com RNA modificado. Após muitos anos, com o surgimento da pandemia da COVID-19, Karikó foi a principal responsável pelo surgimento da vacina contra a COVID-19, doença causada por SARS-Cov-2 que foi responsável pela pandemia global que marcou a história dos últimos 3 anos. O principal objetivo da vacina é inserir o vírus atenuado ou inativado no organismo vivo para que as proteínas sejam sintetizadas e haja o estímulo imunológico e fortalecimento dos mecanismos de defesa do organismo.
As vacinas compostas por RNAm têm como base parte do código genético do antígeno da doença previamente codificado. Quando inseridas no organismo vivo, este código genético do vírus possui a capacidade de produção de proteínas específicas que estimulam a imunidade adaptativa e células de defesa contra a doença, que são responsáveis pelo reconhecimento imunológico e produção de linfócitos T. Com isto, a vacina trás diversos benefícios à saúde evitando o aumento no número de hospitalizações e mortes pelo agente causador da doença. Além disto, os benefícios da utilização de RNAm são evidentes devido a sua rapidez de produção em ambas as formas atenuadas ou de inativação do vírus por serem de produção sintéticas em laboratório com um único código genético previamente codificado e disponibilizado.
Além da agilidade, a vacina que utiliza de RNAm possui um alto grau de flexibilidade por possibilitarem a alteração estrutural a qualquer momento. Os níveis de produção dessa vacina também podem ser feitos em larga escala por possuírem materiais de maior acesso podendo haver uma padronização laboratorial que geram respostas rápidas quando se tratam de grandes surtos epidemiológicos, como foi o caso da COVID-19. A eficácia e segurança das vacinas já foram comprovadas também por diversos órgãos de regulamentação durante todo o mundo com perfis de segurança que comprovam os benefícios superam quaisquer riscos à saúde, mesmo para imunossuprimidos. Com isto, graças a Katelin Karicó, que a COVID-19 foi atenuada, bem como seus riscos à saúde, melhora na recuperação e redução no número de mortes.
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Esse texto foi escrito por Rachel Vicente da Silva, aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro como parte da avaliação da disciplina "Prêmios Nobel em Biociências", coordenada pelo professor David Majerowicz.
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