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[Chute do Nobel T1E8]


Acredito que agora em 2019 quem vá ganhar o Premio Nobel de Medicina sejam os 3 americanos H. Michael Shepard, Dennis J. Slamon e Axel Ullrich que desenvolveram a Herceptin também é conhecido como trastuzumabe ou trastuzumad, um anticorpo monoclonal, e o primeiro do gênero a segmentar efetivamente uma proteína associada ao câncer e aumentar a sobrevida de mulheres com câncer de mama HER2+. Anticorpos são proteínas que atuam no sistema de defesa do corpo como defensoras do organismo vivo contra bactérias, vírus e outros corpos estranhos e são produzidos por um único tipo glóbulo branco, o linfócito B. Com isso, anticorpos monoclonais são produzidos por um único clone de um único linfócito B que tem papel importante no sistema imune. Já o HER2 é a abreviatura de receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano, que, em quantidades normais, tem um papel importante no crescimento e desenvolvimento de uma vasta categoria de células, sendo uma delas o crescimento das células mamárias. Mas um erro aleatório neste gene pode levar ao desenvolvimento de um tumor. Esses cânceres tendem a crescer e se disseminar mais rapidamente do que outros tipos de câncer de mama.

O câncer é causado por alterações da estrutura genética (DNA) das células, chamadas de mutações. Cada célula normal possui instruções de como devem proceder, ou seja, como crescer e se dividir, o período de funcionamento e de sua morte. Já as células cancerígenas são diferentes das células normais, porque essas células são capazes de crescer incontrolavelmente e evitar a ativação das vias de morte celular.

O Herceptin está sendo administrado juntamente com a quimioterapia, mas também pode ser usado isoladamente, principalmente se a quimioterapia já foi tentada. E pode ser usado para tratar o câncer de mama em fase inicial e tardia. Com isso, esse anticorpo vem sendo muito utilizado pois ele diminui o risco de recorrência e aumenta o tempo de vida de pacientes com câncer de mama, sendo ele um dos cânceres que mais acontece no Mundo e no Brasil, tendo mais de 500 mil casos por ano.

Com o sucesso do Herceptin, foi aberto um caminho para o desenvolvimento de outras terapias específicas para tumores.

Mesmo assim, tal terapia tem efeitos colaterais, geralmente leves, mas alguns devem ser considerados: algumas mulheres podem apresentar danos no coração durante ou após o tratamento com os anticorpos monoclonais, o que pode provocar insuficiência cardíaca. Para a maioria das mulheres, esse efeito é de curto prazo e melhora quando o tratamento é interrompido.

Em 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a contar com a disponibilização do medicamento Herceptin para pacientes com câncer de mama metastático do subtipo HER2+. O Ministério da Saúde decidiu o incorporar como o tratamento de primeira linha para tal doença.

O medicamento é administrado na veia e inicialmente uma vez por semana, e é apenas contraindicado para quem tem alergia ao trastuzumabe ou a qualquer outro excipiente da fórmula. Sendo assim, uma grande descoberta para a ciência, que pode ajudar em muito no tratamento de pessoas com câncer.

Esse texto foi escrito pela aluna de mestrado Júlia Moura da Silva como parte da avaliação da disciplina "Prêmios Nobel das Ciências Farmacêuticas" do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenada pelo professor David Majerowicz, junto com os professores Renato C. Sampaio e Heitor A. de Paula Neto

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