A gonorreia como todos já sabem, ou deveriam saber, é uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Trata-se de uma doença infecciosa dos órgãos sexuais e do sistema urinário. Quando comparamos os sintomas, eles são diferentes entre homens e mulheres. Nos homens, os sintomas mais frequentes são: infecção urinária, ardência ao urinar e também corrimento no local da infecção, que no início tem aspecto de muco e com o passar do tempo, se torna mais parecido com pus devido à inflamação causada pelas células de defesa do corpo. Em alguns casos mais graves, podem haver manifestações mais graves como uma infecção generalizada do corpo. Nos homens, diferentes das mulheres, os sintomas são presentes desde o início, uma infecção chamada de sintomática. Mas é claro que isso depende muito da imunidade de cada um. Se uma mulher entrar em contato com a bactéria quando estiver com imunidade baixa, ela poderá apresentar os sintomas logo no início da doença.
De forma mais específica, nas mulheres, a infecção na maioria das vezes é assintomática, ou seja, não mostra sintomas claros. Isso dificulta mais ainda a identificação da doença, levando ao tratamento tardio. Além disso, o fato dela ser assintomática, facilita o processo de transmissão, pelo fato da pessoa não saber que está doente e não se tratar. Os sintomas são bem semelhantes ao do que aparecem nos homens. A diferença é que eles se manifestam na forma de uma inflamação do colo do útero, e quando os sintomas aparecem, a situação já é grave – o que torna a doença mais perigosa nas mulheres comparados aos homens, podendo levar também a sérias complicações.
Essa doença geralmente é tratada com o uso de antibióticos, mas no Brasil, bactérias da gonorreia resistentes a esses tratamentos padrões já foram encontradas em até 30 % dos casos.
Essa resistência consiste na capacidade da bactéria em impedir a entrada dos antibióticos dentro dela, devido a alterações nos seus genes. Essas bactérias resistentes são selecionadas quando os antibióticos são usados de maneira errada, seja quando o paciente para o tratamento antes do que devia ou quando toma menos comprimidos do que o recomendado pelo médico. Um tratamento mais curto ou mais fraco mata apenas as bactérias muito sensíveis ao antibiótico. As bactérias resistentes sobrevivem e se multiplicam. E pronto: agora temos uma infecção resistente! Com esse cenário, esse aumento na resistência levou a uma alteração nas diretrizes brasileiras de tratamento.
Baseado nas recomendações da Organização Mundial da Saúde, para o tratamento ser o indicado, o antibiótico tem que ser no mínimo 95 % eficaz contra doença. Sendo assim, os resultados desse programa de vigilância, mostram que alguns antibióticos não devem ser mais usados como tratamento para casos suspeitos de gonorreia, devido aos valores altos de resistência bacteriana. Essa situação levou a seguinte conclusão: temos apenas dois antibióticos para o tratamento da doença em todo o Brasil. E como a resistência das bactérias só aumenta, podemos perder esses também.
Ou seja, todo cuidado é pouco, pessoal. A resistência bacteriana vem crescendo, e consequentemente o número de casos. Previna-se! A melhor forma de evitar se contaminar é e sempre será o uso da camisinha.
Referência Bibliográfica:
OMS. Resistência antimicrobiana em Neisseria gonorrhoeae: vigilância global e um apelo à ação colaborativa internacional.
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