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Mostrando postagens de junho, 2020

[Blogue da Paula]: Por que não devemos usar água sanitária pura para desinfecção?

Em tempos de quarentena por causa da pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, popularmente conhecido como novo coronavírus, muitos pensam e até têm dúvidas sobre formas de prevenção da doença.  Nesse sentido, podemos citar como exemplos: isolamento social, saindo de casa apenas quando necessário; utilizar máscaras ao sair; e lavar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou álcool 70 %. Além disso, o ideal é que se tente ao máximo limpar todos os itens que vêm da rua, com o intuito de desinfecção. Mas, o que muita gente não sabe é que é possível usar até mesmo a água sanitária para isso.  Entretanto, é preciso deixar claro que a água sanitária pura, que encontramos nos mercados, possui um certo "porém". A água sanitária é uma solução que contém uma substância chamada hipoclorito de sódio (NaClO). A concentração dessa solução geralmente é de 2 a 2,5 % em massa (ou seja, de 2 a 2,5 gramas em cada 100 ml de água sanitária). Essa substância é capaz d

[Blogue da Laís] Vinagre como desinfetante?

A palavra “vinagre” é oriunda do idioma Francês e significa “vinho agre” ou “vinho azedo”, ainda que ele não seja apenas obtido através do vinho, mas também de outras matérias primas, como frutas, cereais, mel e vegetais (OLIVEIRA et al., 1987). Historicamente, o vinagre era usado como condimento muito aproveitado devido às suas propriedades estimulantes, que aumentam a ação dissolvente e favorece a digestão. Spinosa (2002) diz que este era oferecido como bebida às classes mais pobres da população, como soldados, camponeses e viajantes, sendo considerada uma bebida inferior, já que resultava de alguma falha no preparo do vinho. Segundo RIZZON & MENEGUZZO (2002) e ESPINOSA (2002), ele era usado para tratar de disfunções respiratórias, feridas, náuseas, lepra e úlceras, devido às suas propriedades desinfetantes e anti inflamatórias. Nesse contexto, em épocas de guerra, o vinagre era recomendado aos soldados, para prevenir possíveis contaminações com micróbios e para desinfetar

[Blogue da Loren] Cadáveres x insetos

O nome "cadáver", por si só, já costuma causar certa estranheza, medo e vários outros sentimentos angustiantes. Mas, para começar, vamos deixar claro que a morte é natural do ciclo biológico, e um dia você, caro leitor, também será consumidos pelos insetos. Mesmo que esses bichinhos possam parecer servir apenas para infestar uma fatia de bolo, ou se aglomerar em um pedaço de carne podre ou passada (como aquela esquecida destampada no fogão), eles podem ajudar a solucionar um crime. Essa solução só é possível pela existência da Entomologia Forense, que é o estudo dos insetos na área científica policial, e está dentro do conteúdo das Ciências Biológicas. Ela é usada para atestar o momento da morte - chamado de intervalo post mortem ou IPM - e ajudar a esclarecer o tipo de crime (homicídio, suicídio, morte natural ou morte negligenciada - esta podendo ser caracterizada como: maus tratos a crianças e idosos, abandono de incapaz, entre outros exemplos). De maneira quase irôn

[Blogue da Paula]: Por quê um comprimido dá dor de cabeça em mim, mas não no meu irmão?

Em algum momento você já ouviu falar a seguinte frase: “o efeito do medicamento é tal mas depende de cada pessoa!”, não é mesmo? Então, não podemos afirmar que os efeitos serão iguais em todos que usam o medicamento. A farmacogenética é a interação que existe naturalmente entre as medicações que são ingeridas pelo indivíduo e suas características genéticas individuais. Segundo o livro de Farmacologia Rang & Dale, os estudos comprovam que cada medicamento ao ser ingerido, terá um tempo de permanência específico na circulação de quem o ingere. O medicamento que você toma, ou alguém que você conheça, que tem o hábito de fazer uso de medicamentos diariamente, ele irá circular em todo organismo, e além disso, ele precisa atingir as células alvo para concluir a sua ação, sendo assim, se tornando eficaz. Depois de seu efeito, é necessário que o medicamento seja eliminado do organismo, e basicamente os mecanismos responsáveis pela distribuição das medicações são controlados por açõ

[Blogue do PJ] Fundamentos da Farmacologia (Parte 4): Farmacodinâmica e mecanismo de ação dos fármacos

Bem-vindos à quarta, e última, publicação sobre os fundamentos de farmacologia aqui do blogue. Nos textos anteriores, abordamos diversos temas, como os conceitos de medicamento e fármaco, as vias de administração e os parâmetros farmacocinéticos. Desta vez, como último tema, falaremos sobre a farmacodinâmica, elemento essencial dentro da farmacologia e que diz muita coisa sobre como funcionam os medicamentos que tomamos no dia a dia. A farmacodinâmica é uma área da farmacologia que se contrapõe, mas ao mesmo tempo complementa a farmacocinética. Isso se dá pois a farmacocinética tem como foco o que o corpo é capaz de fazer com o fármaco, e a farmacodinâmica foca no que o fármaco pode fazer com o corpo. Os estudos farmacodinâmicos buscam compreender quais os efeitos do fármaco no organismo e como esses efeitos são gerados. Para determinar os efeitos do fármaco, costumam ser feitos estudos do tipo Dose x Efeito, ou Concentração x Efeito. Através disso, é feita uma análise do efeito g

[Blogue do PJ] Fundamentos de Farmacologia (Parte 3): Farmacocinética e os parâmetros de ADME

Bem-vindos à terceira publicação do blog sobre fundamentos de farmacologia. O tema abordado dessa vez é a farmacocinética, assunto que está intimamente ligado às vias de administração de fármacos, que foi o tema do texto anterior. Farmacocinética é a área da farmacologia que estuda o movimento dos fármacos pelo organismo, levando em consideração o que o corpo pode fazer com eles. De maneira geral, os estudos farmacocinéticos são responsáveis por garantir a maior qualidade possível nos quatro processos principais que um fármaco sofre no corpo humano: absorção, distribuição, metabolização e excreção. Dentro da farmacocinética, quando esses quatro processos são analisados, recebem o nome de propriedades de ADME. A primeira propriedade de ADME é a absorção do fármaco, que consiste em fazê-lo chegar até o sangue, para que ele possa ser distribuído pelo corpo, ou pelo local de ação (caso seja um fármaco de uso local, como na pele). Os principais fatores que influenciam na absorção

[Blogue do João] A ciência é produzida pela observação (ou como o flúor foi parar nas nossas águas?)

Para quem vive fora dos ambientes universitários é possível imaginar que a ciência se faz de uma maneira muito sistemática: a pessoa veste o jaleco, prende o cabelo, coloca os óculos no rosto e... pronto! Temos um cientista! Apesar disso, não é bem assim. Eu gostaria que você, leitor, ao terminar o texto, possa imaginar que qualquer um de nós pode ser um cientista independente da vestimenta. A ciência se faz na curiosidade, na investigação, na busca do porquê. E antes de iniciar o texto contando a história do flúor, é importante dizer que a ciência é feita pelo compartilhamento da informação. Por exemplo, se eu quero produzir uma novela, é preciso de: (1) atores; (2) produção para a novela; (3) diretor de novela; (4) pessoas que transmitam via satélite, entre outros. O mesmo se faz com a ciência. Em 1901, Frederick McKay, um jovem dentista, começou a trabalhar no Colorado. Para o seu espanto, ele observou que muitos dos seus pacientes apresentavam m

[Blogue do PJ] Fundamentos de Farmacologia (Parte 2): As vias de administração de fármacos

Na primeira parte da série sobre fundamentos de farmacologia, foram abordados conceitos como: “O que é um medicamento?” e “Qual a diferença entre medicamento de referência, genérico e similar?”. Dessa vez, iremos conversar sobre as principais vias de administração de fármacos, além de dar algumas dicas de como tomar corretamente os medicamentos. Primeiramente, é importante dizer que existem diferentes apresentações dos medicamentos, e esses medicamentos de apresentações distintas podem, ainda sim, ter o mesmo princípio ativo, mas aí não podem ser considerados genéricos nem similares entre si. As apresentações, mais corretamente chamadas de formas farmacêuticas, são as maneiras como um medicamento se apresenta, buscando facilitar a administração, além de aumentar a estabilidade (validade) e solubilidade do fármaco. O elemento chave das formas farmacêuticas são as substâncias que acompanham o princípio ativo no medicamento, chamadas de adjuvantes. De uma maneira geral, pode-se dividi

[Blogue do PJ] Fundamentos de Farmacologia (Parte 1): O que são medicamentos?

Apesar de os remédios estarem presentes no dia a dia das pessoas desde o início da humanidade, o seu conceito ainda é muito confundido com o de medicamento. Entendendo essa confusão, e para esclarecer de vez os sentidos, o Blog do PJ irá te ajudar a compreender melhor essas definições, através da nossa nova série sobre os fundamentos da farmacologia. O conceito de remédio abrange qualquer coisa que faça um indivíduo se sentir melhor, desde uma massagem ou um banho quente, até um medicamento. Enquanto isso, os medicamentos funcionam como um tipo específico de remédio, já que também são criados para fazer os indivíduos se sentirem melhores. Por outro lado, a produção e distribuição de medicamentos é muito mais organizada e complexa, já que exige diversas fases de pesquisa e manipulação, além de possuir uma série de normas de controle. O modo como os medicamentos nos fazem sentir melhor é através de substâncias específicas chamadas de “fármacos”. Os fármacos são basicamente compostos c