Em tempos de quarentena por causa da pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, popularmente conhecido como novo coronavírus, muitos pensam e até têm dúvidas sobre formas de prevenção da doença.
Nesse sentido, podemos citar como exemplos: isolamento social, saindo de casa apenas quando necessário; utilizar máscaras ao sair; e lavar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou álcool 70 %. Além disso, o ideal é que se tente ao máximo limpar todos os itens que vêm da rua, com o intuito de desinfecção. Mas, o que muita gente não sabe é que é possível usar até mesmo a água sanitária para isso.
Entretanto, é preciso deixar claro que a água sanitária pura, que encontramos nos mercados, possui um certo "porém". A água sanitária é uma solução que contém uma substância chamada hipoclorito de sódio (NaClO). A concentração dessa solução geralmente é de 2 a 2,5 % em massa (ou seja, de 2 a 2,5 gramas em cada 100 ml de água sanitária). Essa substância é capaz de liberar o ácido hipocloroso (HClO) ao entrar em contato com a água (H2O). Quando ocorre essa reação, o ácido hipocloroso é capaz de eliminar os germes, fazendo o processo de desinfecção.
Dessa forma, a água sanitária pura, dos mercados, não é eficiente para desinfecção. Isso porque ela possui um pH entre 11,5 e 13,5, que são valores estabelecidos pela Anvisa. Nessa faixa de pH praticamente não se forma o ácido hipocloroso, que dá à água sanitária o poder desinfetante.
Então, para a desinfecção, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a diluição da água sanitária para uma concentração de 0,0 5%. Significa dizer que em um recipiente de 1 litro é necessário adicionar 25 ml de água sanitária e completar o restante com água.
Essa diluição reduz o pH da água sanitária e permite a formação do ácido hipocloroso.
O esquema funciona basicamente dessa forma:
Com a solução pronta e vedada, você pode usar um borrifador e um pano para auxiliar na higienização dos objetos.
A água sanitária destrói o coronavírus por ele possuir uma estrutura envelopada (uma camada de gordura cobrindo a sua estrutura de proteínas). Vírus que possuem essa característica são mais sensíveis e consequentemente menos estáveis a alterações ambientais, além de serem mais suscetíveis a substâncias oxidantes, como o ácido hipocloroso.
Vale ressaltar que só deverá ser usada água sanitária, mesmo diluída, quando não houver a opção de utilizar álcool 70% ou sabão com água, devido a um maior risco de irritação local ou sensibilidade na pele.
Referências:
REIS, F., 2020. Orientação sobre uso de água sanitária no combate ao coronavírus. In: Pharma.com.br.
Essa postagem foi editada por David Majerowicz e Gustavo Martins.
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