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[Torre Móvel T5E2] Dança Cósmica


Você já viu estrelas dançarem? A dança cósmica é como uma história incrível que nos faz pensar na ligação entre nós e o universo. Uma dança imaginária, que vai além da gravidade e do tempo, nos convidando a apreciar a harmonia e complexidade do cosmos.


Essa dança nos convida a refletir sobre nossa posição no universo e nossa relação com todas as formas de vida. Ela nos lembra que, embora possamos sentir que somos indivíduos separados, estamos todos interligados, dançando juntos nesse vasto palco cósmico. Ela nos encoraja a apreciar a beleza, a complexidade e a harmonia que permeiam o universo e a reconhecer nossa responsabilidade em cuidar do nosso planeta e de todas as formas de vida que compartilham este espetáculo cósmico.

Elas contam a história da gente, da origem da vida, pois todos os elementos químicos da natureza são formados dentro das estrelas” - Duilia de Mello à Revista Pesquisa Fapesp

Além disso, a dança cósmica está intimamente relacionada à astronomia, uma ciência que nos permite observar e estudar a dança dos astros e os eventos celestiais. Através de telescópios e observações espaciais, os cientistas podem traçar a órbita de planetas, estudar explosões de estrelas e investigar a dança de pares de buracos negros.

Mas nessa dança, um parceiro pode acabar pisando no pé do outro: isso é a fusão galáctica. A fusão galáctica ocorre quando duas galáxias, devido à sua atração gravitacional mútua, se aproximam e eventualmente se combinam em uma única galáxia. No caso de Andrômeda e a Via Láctea, essas duas galáxias estão em rota direta de colisão e, ao longo de bilhões de anos, provavelmente acabarão se fundindo em uma única galáxia maior. Essa fusão galáctica é um evento cósmico que tem implicações significativas para o futuro da nossa galáxia e do sistema solar, representando vividamente a dança cósmica que ocorre em escalas galácticas e permitindo uma compreensão mais profunda da evolução do universo e do destino de nosso próprio sistema solar.

E no espaço todo mundo dança! Galáxias inteiras, tipo um musical da Disney; mas também um par de estrelas, uma coisa mais intíma! Um exemplo atual deste assunto é a pesquisa liderada pelo australiano Matthew Bailes, do Centro de Excelência em Descoberta de Ondas Gravitacionais (OzGrav), que tem estudado o sistema PSR J1141-6545. Nele, existem duas estrelas que estão envolvidas em uma dança cósmica.

Uma delas é uma anã branca, que surge a partir da morte de uma estrela que não tinha massa o suficiente para gerar uma explosão. esse caso, ela possui o tamanho do nosso planeta, mas com uma densidade 300 mil vezes maior. A outra é uma estrela de nêutrons - um corpo extremamente denso e pequeno, formado pelo colapso de uma grande estrela - também chamada de pulsar, 100 bilhões de vezes mais densa que a Terra.

A anã branca, que já tinha uma velocidade alta normalmente, teve sua rotação acelerada quando foi atingida pelos detritos lançados pela estrela de nêutrons, que, naquele momento, sofria seu processo de morte por meio de explosões. O primeiro corpo celeste atingiu uma velocidade tão grande, devido ao impacto, que seus dias duravam apenas minutos. E é neste contexto que se espera observar a influência do magnetismo das gravidades desses objetos astronômicos entre si e acompanhar passo a passo as mudanças que essas forças são capazes de exercer. Como a escala das medidas nesse sistema é muito maior do que em nosso sistema solar, as pesquisas esperam que até a orientação do pulsar se desvie por conta da dança cósmica.

Mesmo que não possamos ver estrelas dançando de verdade, a ideia da dança cósmica é como uma história bonita que nos faz pensar na conexão entre nós e o universo. A possível fusão galáctica entre Andrômeda e a Via Láctea revela a grandiosidade dessa dança em escalas cósmicas. A astronomia, a teoria da relatividade de Einstein e as pesquisas em sistemas como o PSR J1141-6545 enriquecem nossa compreensão, nos ajudando a entender melhor essa dança cósmica, tornando tudo mais fascinante e acessível.

Referências:

BARCELOS, G. 2022. O Ballet de Duas Galáxias. In: Espaço do Conhecimento UFMG.






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Autores: Catarina Machado, Daniela Fonseca, Débora Sacramento, Julia Souza e Tito (Monitor: David Majerowicz)

Esse texto foi produzido por alunos do Cólegio Pedro II - Campus Engenho Novo II, participantes do projeto "Torre Móvel", cadastrado na pró-reitoria de extensão da UFRJ. Se você quiser levar esse projeto para a sua escola, entre em contato com a gente: aportademarfim@gmail.com

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