Os dispositivos de monitoramento de glicose funcionam através de sensores que medem os níveis de glicose presentes no fluido intersticial (líquido que envolve as células). Esses sensores são inseridos sob a pele e enviam dados para um monitor, que pode ser visualizado em dispositivos como celular ou relógio inteligente. Ao longo do dia, o sensor coleta leituras periódicas, permitindo ao usuário acompanhar as flutuações dos níveis de glicose em tempo real, sem a necessidade de picadas constantes.
Esses dispositivos têm como grande vantagem a capacidade de fornecer dados em tempo real sobre as variações de glicose, o que ajuda os pacientes a ajustarem sua dieta, remédios ou insulina rapidamente. Além disso, muitos deles têm a função de alarmes que alertam o usuário quando os níveis estão muito baixos ou muito altos, prevenindo crises graves como a hipoglicemia ou hiperglicemia.
Atualmente, há diversos tipos de dispositivos no mercado que facilitam a monitorização da glicose. Eles podem ser divididos em duas principais categorias:
1) Monitores de Glicose Continuos (CGMs - Continuous Glucose Monitors): Esses dispositivos são colocados sob a pele e fazem leituras contínuas da glicose. O sensor, geralmente trocado a cada 7 a 14 dias, envia os dados para um dispositivo externo, como um smartphone. Eles proporcionam uma visão detalhada das tendências glicêmicas ao longo do tempo, o que é ideal para ajustes de insulina e alimentação.
2) Monitores Flash de Glicose: Semelhantes aos CGMs, os monitores flash permitem que os usuários façam uma varredura no sensor com um leitor ou smartphone para acessar os dados. Embora não enviem informações de forma contínua, eles ainda fornecem uma visão clara das tendências glicêmicas e podem ser usados sem a necessidade de calibrar com leituras de sangue, o que elimina o uso de lancetas para perfuração do dedo.
A viabilidade dos dispositivos de monitoramento de glicose é altamente dependente de fatores como custo e acesso. No Brasil, apesar do aumento da disponibilidade, os sensores ainda são considerados caros para muitos pacientes. No entanto, o custo-benefício é significativo, especialmente para aqueles que precisam de controle rigoroso dos níveis glicêmicos. A redução da necessidade de testes manuais e o ganho em precisão e conforto compensam o investimento.
Além disso, muitos planos de saúde estão começando a cobrir esses dispositivos, tornando-os mais acessíveis para um número maior de pessoas. Em países com sistemas de saúde pública mais avançados, como o Reino Unido, alguns dispositivos são distribuídos gratuitamente para pacientes com diabetes tipo 1.
O futuro dos dispositivos de monitoramento de glicose é promissor. A integração com outras tecnologias, como bombas de insulina e inteligência artificial, já está em andamento. Com a criação de sistemas de circuito fechado, também conhecidos como pâncreas artificiais, esses dispositivos poderão, em breve, não apenas monitorar a glicose, mas também ajustar automaticamente as doses de insulina de acordo com as necessidades do paciente.
Além disso, as pesquisas continuam buscando formas de tornar esses dispositivos menores, mais precisos e ainda mais acessíveis. Em breve, é provável que os sensores de glicose se tornem comuns na rotina de controle da diabetes, promovendo uma revolução no tratamento da doença e melhorando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.
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