A minha aposta para quem vai o Prêmio Nobel esse ano é a bioquímica húngara Katalin Karikó. Quem é Katalin Karikó? Uma mulher forte e determinada, que nasceu em 1955 em Szolnok, Hungria, e que dedicou sua vida à pesquisa. Sua pesquisa é voltada para o desenvolvimento do mRNA transcrito in vitro para terapia com proteínas. Ela desenvolveu terapias e vacinas de RNA mensageiro, que é a base de diversos tratamentos que hoje salvam a vida de milhares de pessoas pelo mundo. Apesar de ser ganhadora de prêmios como Science of the Future Solvay de 2022 (onde ela ganhou o valor de 300 mil euros, cerca de 1 milhão e 800 mil reais) e o prêmio Rosenstiel de Trabalho Destacado em Medicina Básica, sua vida até chegar a esse momento foi de muitos altos e baixos, tanto na ciência, quanto na saúde. Ela foi para os Estados Unidos da América, Szeged com seu marido e filho com apenas 6 mil reais, após ser demitida da Universidade em que trabalhava na Hungria e começou a trabalhar na Temple University, na Filadelfia, em 1985. Após um período na Filadelfia, foi transferida para a Universidade da Pensilvânia. Naquela época era comum pesquisar o RNA mensageiro, mas depois que ela chegou à Universidade, usar o material genético de um vírus no corpo humano para duplicar proteínas para combater esse vírus era considerado radical e arriscado, e por isso, não conseguia financiamentos para sua pesquisa. Mesmo assim, ela não se intimidou, e continuou apostando em seu trabalho. Alguns anos depois, ela foi diagnosticada com câncer, o que faria com que qualquer pessoa desanimasse de seus afazeres, porém mesmo com o pensamento de ir embora da Universidade e fazer outra coisa da vida, ela continuou lutando pela vida e pelo que acreditava. Foi então que ela se juntou ao imunologista Drew Weissman e, finalmente, conseguiu receber patentes para sua tecnologia. Logo após, conseguiu emprego na BioNTech, uma empresa alemã. A BioNTech, juntamente com a Pfizer, é conhecida por desenvolver a vacina contra o Coronavírus. A pesquisa de Karikó poderá ajudar a combater outras doenças como câncer, infecção por gripe, malária e HIV no futuro. Desde 2013 ela é vice-presidente sênior da BioNTech RNA Pharmaceuticals e seus trabalhos acumulam mais de 12 mil citações acadêmicas. Bom, meu palpite é que as pesquisas de Karikó tiveram uma importância absurda nesse período de pandemia, o que me leva a crer que seu nome será escolhido para ser a grande ganhadora deste prêmio tão importante. Vale acrescentar que suas pesquisas ainda podem colher frutos para descobertas de cura de outras doenças graves que assombram a população. Logo, se ela não levar o prêmio este ano, acredito que nos próximos anos poderá ter descobertas tão importantes quanto a da vacina do Coronavírus que a levarão a conquistar esse tão sonhado prêmio.
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Esse texto foi escrito por Juliana Tobias da Silva, aluna de douturado do Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro como parte da avaliação da disciplina "Prêmios Nobel em Biociências", coordenada pelo professor David Majerowicz.
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