Atualmente em um país como Brasil, com um alto nível de miscigenação, várias linhagens se cruzam formando indivíduos extremamente diferentes. Essa característica afeta diretamente a formação óssea dos maxilares e dentarias, muitas vezes para uma melhoria genética, porém em uma sua grande maioria para uma não padronização dos ossos maxilares e da arcada dentária. Essas diferenças em um país subdesenvolvido onde não existem políticas serias de apoio a saúde, deixam o povo totalmente desamparados levando a perda dos elementos dentários muito cedo, causando muitas vezes uma reabsorção ósseo severa. Outro fator importante a ser levando em consideração e de que independente da classe social essas miscigenações proporcionam um elevado índice de doenças como periodontia que por vez fazem os indivíduos perderem os dentes de maneira mais rápida.
Portanto existem inúmeras linhas de pesquisas para tentar entender como funciona exatamente o processo de remodelação óssea, desde a cascata de coagulação até a formação da matriz óssea final (osso regenerado).
A dificuldade para se entender e conseguir desenvolver algo que seja viável para proporcionar uma nova reconstrução óssea é que o processo de remodelação óssea é muito complexo e envolve diversas vias, e cada uma dessas vias desempenham um papel fundamental para que o processo aconteça. Contundo com a evolução dos biomateriais está sendo possível entender melhor como tudo se encaixa, principalmente por conta na nanotecnologia.
O que a nanotecnologia proporcionou que está sendo de grande importância cientifica é a possibilidade de criar biomateriais com partículas manométricas que são chamados de arcabouços.
Como os biomateriais micrométricos não era possível criar arcabouços que fossem capazes de atrair as células que são responsáveis pelo processo de remodelação óssea.
Esse mecanismo acionado pelo arcabouço manométrico é capaz de formar uma condição ideal para que os osteoclastos ao se depararem com os biopolímeros comecem a querer degradá-los liberando os RANKs. Essa ativação vai elevar os níveis de TNF-alfa, que irá diminuir o NFkappaB, que é o fator que regula a cascata inflamatória do reparo ósseo. Portanto quando esse fator é inativado ou diminuído, os níveis altos de TNF-alfa induzem algumas interleucinas como a 2 e a 6 para aumentar os níveis de RANK-L, o que irá ativar a diferenciação de monócitos em osteoclatos imaturos. Futuramente, esses irão se diferenciar em pré-osteoclastos e osteoclastos maduros. Essa cascata acontece até o corpo entender que está acontecendo uma agressão no tecido ósseo, seja porque o osteoclasto está degradando muito o biopolímero, ou até mesmo o restante do remanescente ósseo. Quando esse outro mecanismo começa a acontecer, são ativadas duas proteínas (BMP e TGF-B) que irão incentivar as células mesenquimais a se diferenciar em osteoblasto imaturo, pré-osteoblasto e osteoblasto maduro. Esse último irá tentar recompensar essa perda causada pelo osteoclasto, depositando matriz ósseo na área perdida ou degradada. O papel do arcabouço ideal é ser degradado na medida certa pelo osteoclasto e proporcionar um ambiente favorável para o osteoblasto possa se acoplar e depositar sua matriz óssea. Essas atividades iram acontecer até quando uma outa proteína OPN for ativada, que por sua vez tem a função de se ligar no receptor do RANK librado pelo osteoclasto, não deixando acontecer o aumento dos níveis de TNF-alfa consequentemente fechando assim de maneira bem resumida o processo de remodelação óssea.
Seguindo esse pensamento de que existe uma grande demanda de pacientes que necessitam de reconstruções ósseas, um dos próximos Prêmios Nobel pode ser para o pesquisador que consiga desenvolver o arcabouço ideal que tenha a característica de conduzir e induzir o mecanismo de reparo ósseo.
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