Você sabia que o sangue tem grande importância na nossa vida?
Ele leva oxigênio, nutrientes, células e substâncias químicas dos medicamentos para todas as células do nosso organismo. Um dos componentes mais importantes em nosso sangue são as hemácias, conhecidas como glóbulos vermelhos, que transportam o oxigênio dos nossos pulmões para o resto do corpo. E são moléculas que recobrem as hemácias que determinam qual o tipo sanguíneo de uma pessoa.
O sangue humano é classificado em grupos, sendo conhecidos como A, B, AB e O, e também pelo sistema Rh, podendo ser positivo ou negativo. Na população brasileira, o mais comum são o A e o O. Esses juntos equivalem 87 % de toda uma população, já o tipo sanguíneo B, equivale a 10 % e o AB a 3 %.
Hoje, gostaria de falar mais especificamente do tipo sanguíneo O, que é conhecido por muitas pessoas como doador universal. já que ele pode ser transfundido em qualquer pessoa, mesmo que tenha outro tipo sanguíneo.
O motivo que o torna universal é que as hemácias desse tipo sanguíneo não possuem os componentes que estão presentes nas hemácias das pessoas com outros grupos sanguíneos (componente A e/ou B). As pessoas com sangue tipo A têm anticorpos contra o componente B, e as pessoas com sangue tipo B têm anticorpos contra o componente A. (Quem é AB não tem nenhum desses anticorpos). Como o sangue O não tem nem componente A nem B, ele pode ser usado em qualquer pessoa, sem medo de uma reação.
Embora seja um tipo sanguíneo que é muito usado nos bancos de doações de sangue, sendo essenciais em situações de emergência, temos um problema: na população brasileira, apenas 9% das pessoas são O negativo.
Mas porque as pessoas com o sangue tipo O negativo são difíceis de achar?
O tipo sanguíneo de uma pessoa é definido geneticamente, sendo um presente dos pais. Existem três alelos (ou seja, tipos de um mesmo gene) que definem seu grupo sanguíneo: alelo A, que faz com que você tenha o componente A nas hemácias; alelo B, que faz com que você tenha o componente B; e o alelo i, que faz você não ter nem A, nem B. Mas lembre de que você recebe um alelo do seu pai e um da sua mãe. Aí várias combinações podem surgir: se você for A/A ou A/i, você é do tipo A; B/B ou B/i, tipo B; A/B, tipo AB; e i/i, tipo O. Dessa forma, se considerarmos que a quantidade dos alelos é igual (isso não é necessariamente é verdade), pessoas AB e O vão ser mais raras de encontrar.
O mesmo vale para o fator Rh, mas agora só com dois alelos: R e r. Quem é R/R ou R/r, é do grupo positivo; r/r, do grupo negativo. Juntando essas informações, dá para esperar que pessoas O negativas sejam o raro do raro. As pessoas que possuem o tipo sanguíneo O negativo encontram bastante dificuldade para receberem doações sanguíneas, pois eles só podem receber doações desse mesmo raro tipo sanguíneo. Isso ocorre porque tipo O possui anticorpos contra os componentes A e B em seu plasma. Sendo assim, uma transfusão com qualquer outro tipo de sangue pode resultar em uma rejeição e sérias consequências no paciente, podendo levar a uma reação hemolítica aguda, ou seja, as hemácias do sangue que foi doado são destruídas.
De forma resumida, o sangue tipo O é doador universal, pois ele é livre de antígenos que poderiam agredir o sistema imunológico da pessoa que irá receber, porém, possui anticorpos que não permitiriam que eles recebessem outro tipo sanguíneo.
Referências Bibliográficas:
ARIMATEIA, C. Doação de sangue: o que significa o seu tipo sanguíneo? Abbott. 2018
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA SÃO PAULO, Tabela da prevalência de tipo de sangue na população, 2018
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