A necessidade de se utilizar de substâncias para curar males e melhorar o bem-estar é uma prática milenar que acompanha a evolução humana. O homem durante sua evolução sempre se utilizou de plantas que, testadas ao acaso, tinham potencial de fazê-los ficarem bem.
Esses saberes eram guardados com algum indivíduo da comunidade, chamado ao longo da história de curandeiro, alquimista, bruxo, e depois da idade média, de boticário; atualmente esse indivíduo é conhecido como Farmacêutico.
Há algum tempo atrás os então boticários possuíam oficinas onde criavam suas pomadas, xampus e xaropes para curar os males da época. Em suas formulações, era comum encontrar o uso de partes de animais, plantas e elementos químicos. E essas oficinas foram as primeiras farmácias do mundo, na época, chamadas de Boticas.
Era comum os enfermos procurarem os boticários em suas boticas em busca de alívio para suas dores, e por isso a história do Médico e do Farmacêutico se confundem, pois o boticário era as duas coisas: o responsável por fazer o diagnóstico e manipular o que traria a melhora ao paciente. Até o século XI, as profissões de Médico e “farmacêutico”, nessa época ainda conhecido como boticário, eram vistas como uma, e somente por volta do ano de 1160, na França, que elas se dividiram, mas ainda sem ser algo definitivo e com pouquíssimas regulamentações. A separação das duas carreiras só se tornou definitivas em 1240, na Itália, onde o rei Frederico II promulgou o Édito de Melf regulamentando a profissão farmacêutica com suas individualidades.
Mas e no Brasil?
Devemos lembrar que a prática farmacêutica, como já dito antes, é algo milenar e quase inerente a espécie humana. Então mesmo antes do Brasil ser Brasil, os nativos das nossas terras já possuíam conhecimentos riquíssimos quanto à flora brasileira e quanto ao uso dos seus insumos naturais. Dito isso, podemos concluir que os nativos já praticavam a Farmácia. Com a chegada dos Portugueses, muito provavelmente essas práticas permaneceram e foram difundidas para os colonizadores.
Documentos históricos relatam que os Jesuítas, em seus colégios de catequização, alocavam sempre alguém pra cuidar dos doentes e preparar os remédios. Nesse contexto, quem se destacou foi José de Anchieta, um jesuíta que pode ser considerado o primeiro boticário brasileiro. O primeiro boticário mandado pela Coroa Portuguesa para o Brasil foi Diogo de Castro e sua vinda se deu pela constatação do fato dos colonos só terem acesso aos medicamentos quando existiam expedições à Portugal.
Em 1640, as boticas foram autorizadas a se transformar em comércio, porém só podiam ser dirigidas por boticários aprovados em Coimbra.
O surgimento do nome farmácia só surgiu em dezembro de 1857 com o decreto 2055.
O ensino de farmácia durante o Brasil Colonial não existia, o aprendizado dava-se através da vivência prática nas boticas. Quando adquirida a experiência, os boticários se submetiam a exames perante os comissários do físico-mor do Reino para a obtenção da “carta de examinação”, uma espécie de diploma da época.
Somente em 1809 foi criado, dentro do curso de medicina, uma disciplina de matéria médica e farmácia. E apenas em 1832, foi fundado o curso Farmacêutico no Brasil, vinculado, ainda, às faculdades de Medicina do Rio de Janeiro, atualmente a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e da Bahia. Através dessa reforma estabeleceu-se que ninguém poderia “curar, ter botica, ou partejar”, sem um título conferido e aprovado por uma universidade.
Atualmente a profissão farmacêutica é completamente regulamentada e representada nacionalmente pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia). E o farmacêutico ganhou grande importância na atualidade, pois acumulou para si funções importantíssimas na área da saúde e fora dela. Atualmente o farmacêutico é o profissional que está presente nos postos de saúde, nos hospitais, nas farmácias, nas drogarias, nos laboratórios de análises clínicas, nas indústrias químicas e farmacêuticas, na área de alimentos, elaboração de políticas de saúde, e na pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, tanto no âmbito público quanto no privado. Ou seja, sem farmacêutico não tem pesquisa, não tem saúde, não tem medicamento e não tem cura.
Referências bibliográficas:
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