Imagine a seguinte situação: você acorda, sai para tomar seu café da manhã, lembra que é aniversário do seu pai e providencia os ingredientes para fazer um delicioso bolo de abacaxi. Volta para sua casa, comemora o aniversário de seu pai e depois vocês assistem um filme com o seu irmão. Para finalizar o dia você usa todo o seu talento para fazer um lindo desenho na parede da garagem de casa. Depois de tudo você vai dormir. No dia seguinte você acorda e sai para tomar seu café da manhã, lembra que é aniversário do seu pai, e providencia os ingredientes para fazer um delicioso bolo de abacaxi. Volta para sua casa, comemora o aniversário de seu pai e depois vocês assistem um filme com o seu irmão. Para finalizar o dia você usa todo o seu talento para fazer um lindo desenho na parede da garagem de casa. Depois de tudo você vai dormir. E no dia seguinte... a mesma coisa acontece. Esse dia sempre se repete, como se fosse a primeira vez.
Essa história lhe parece familiar? Se você gosta de assistir televisão a tarde, provavelmente já viu essa narrativa em algum lugar. Essa é a história de Lucy Whitmore (Drew Barrymore), protagonista do filme “Como Se Fosse A Primeira Vez” (50 First Dates). Ela é incapaz de guardar novas memórias! Por isso, quando Henry Rott (Adam Sandler) se apaixona por Lucy, precisa conquistá-la todos os dias!
Essa história lhe parece familiar? Se você gosta de assistir televisão a tarde, provavelmente já viu essa narrativa em algum lugar. Essa é a história de Lucy Whitmore (Drew Barrymore), protagonista do filme “Como Se Fosse A Primeira Vez” (50 First Dates). Ela é incapaz de guardar novas memórias! Por isso, quando Henry Rott (Adam Sandler) se apaixona por Lucy, precisa conquistá-la todos os dias!
A história de Lucy é uma obra de ficção, mas é baseada em casos reais de um tipo de amnésia: a amnésia anterógrada.
Mas por que a Lucy não consegue lembrar das suas novas experiências?
Quem já viu o filme sabe que ela sofreu um acidente de carro e que foi depois deste evento que tudo começou. Todas as suas lembranças limitavam-se a sua vida até este dia. Todos os eventos ocorridos depois disso eram esquecidos em algumas horas!
Sabemos que não é todo acidente de carro que causa perda de memória. Mas então, o que foi que aconteceu? Por que Lucy se lembrava de sua vida antes do acidente, mas não conseguia guardar novas memórias?
A resposta é: Lucy sofreu uma lesão no hipocampo!
Você sabe o que é o hipocampo e por que ele é tão importante para a memória? Nesse texto nós vamos falar sobre a relação entre esta importante estrutura cerebral e a história da protagonista.
Para falar do hipocampo, precisamos relembrar uma das cenas mais emocionantes do filme, que mostra uma das diversas vezes em que a protagonista descobre toda a verdade sobre a sua amnésia, através de um álbum organizado pelo seu pai, com vários registros do acidente e de sua recuperação.
E é nesta hora que vemos uma foto que mostra o local do ferimento na cabeça de Lucy (círculo vermelho). Vemos um corte na região correspondente ao Lobo Temporal (acima da orelha) e é lá, na parte mais interna chamada Lobo Temporal Medial que está o hipocampo. Com a lesão de hipocampo, Lucy não consolida e, por isso, não armazena novas memórias
As memórias declarativas (fatos ou eventos) dependem do hipocampo, ou melhor, dos hipocampos (possuímos dois hipocampos, assim como dois lobos temporais), para serem consolidadas. Qualquer nova informação que chega ao nosso cérebro, só será armazenada se o nosso hipocampo estiver funcionando bem. Mas atenção, memórias declarativas não são “guardadas” no hipocampo, apesar de dependerem dele para a consolidação. Até porque, se todas as memórias fossem guardadas no hipocampo, Lucy também teria perdido as memórias anteriores ao acidente.
Mas por que a Lucy não consegue lembrar das suas novas experiências?
Quem já viu o filme sabe que ela sofreu um acidente de carro e que foi depois deste evento que tudo começou. Todas as suas lembranças limitavam-se a sua vida até este dia. Todos os eventos ocorridos depois disso eram esquecidos em algumas horas!
Sabemos que não é todo acidente de carro que causa perda de memória. Mas então, o que foi que aconteceu? Por que Lucy se lembrava de sua vida antes do acidente, mas não conseguia guardar novas memórias?
A resposta é: Lucy sofreu uma lesão no hipocampo!
Você sabe o que é o hipocampo e por que ele é tão importante para a memória? Nesse texto nós vamos falar sobre a relação entre esta importante estrutura cerebral e a história da protagonista.
Para falar do hipocampo, precisamos relembrar uma das cenas mais emocionantes do filme, que mostra uma das diversas vezes em que a protagonista descobre toda a verdade sobre a sua amnésia, através de um álbum organizado pelo seu pai, com vários registros do acidente e de sua recuperação.
E é nesta hora que vemos uma foto que mostra o local do ferimento na cabeça de Lucy (círculo vermelho). Vemos um corte na região correspondente ao Lobo Temporal (acima da orelha) e é lá, na parte mais interna chamada Lobo Temporal Medial que está o hipocampo. Com a lesão de hipocampo, Lucy não consolida e, por isso, não armazena novas memórias
As memórias declarativas (fatos ou eventos) dependem do hipocampo, ou melhor, dos hipocampos (possuímos dois hipocampos, assim como dois lobos temporais), para serem consolidadas. Qualquer nova informação que chega ao nosso cérebro, só será armazenada se o nosso hipocampo estiver funcionando bem. Mas atenção, memórias declarativas não são “guardadas” no hipocampo, apesar de dependerem dele para a consolidação. Até porque, se todas as memórias fossem guardadas no hipocampo, Lucy também teria perdido as memórias anteriores ao acidente.
Talvez você já tenha ouvido falar em amnésia, mas você sabe que existe mais de um tipo de amnésia?
A amnésia é a perda da memória e pode ser causada por vários fatores como: traumas psicológicos, abuso de álcool, acidente vascular cerebral ou, no caso da Lucy, traumas físicos. Em relação ao período esquecido, podemos destacar dois tipos de amnésia: retrógrada e anterógrada.
Vamos diferenciar usando como exemplo a amnésia causada por traumas físicos (um acidente). A amnésia retrógrada é quando a pessoa lembra somente do que ocorreu após o acidente e o que aconteceu antes é esquecido. Já na amnésia anterógrada, ocorre o contrário: a pessoa não lembra das coisas ocorridas depois do trauma. Neste caso, somente os eventos ocorridos antes serão lembrados. É o caso da nossa personagem. Com a lesão do hipocampo Lucy nunca mais consolidou novas memórias declarativas e só conseguia lembrar do período anterior ao acidente.
No início do texto você já viu que apesar de baseada em casos clínicos reais de amnésia anterógrada, a história contada no filme é apenas uma ficção. Por isso, vamos destacar duas diferenças importantes em relação aos casos clínicos reais.
- Em geral, os pacientes esquecem em poucos segundos ou minutos, e não apenas após uma noite de sono.
- A “Síndrome de Goldfield”, nome que o filme dá a amnésia anterógrada retratada no filme, não existe! Foi apenas um nome criado para dar vida à história da personagem.
Agora, para finalizar o nosso post, vamos deixar algumas dicas de vídeos para que você possa aprender um pouco mais sobre a amnésia anterógrada.
Dica n°1
A história real de Henry Molaison, também conhecido como paciente H.M., que retirou os dois hipocampos em uma cirurgia para se livrar das constantes crises convulsivas que sofria. Resultado: viveu toda a vida com amnésia anterógrada. Vale a pena conferir!
Dica n°2
E, como não podia faltar, a dica de cinema “Como não esquecer essa garota?” Mais uma história com o protagonista apaixonado e com amnésia anterógrada.
Agora é só providenciar a pipoca e chamar os amigos para aprender um pouco mais sobre a memória no cinema!
Referências:
Amnesiac - A história de Henry Molaison (H.M.).
BEAR, M.F., 2017. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. 4ª Ed. Artmed
BRUNA, M.H.V. Memória.
HALBER, D., 2018. The Curious Case of Patient H.M. Brain Prime in Brain Facts.
KEAN, S. What happens when you remove the hippocampus? TED-ED.
LOMBROSO, P., 2004. Aprendizado e memória. Rev. Bras. Psiquiatr. 26(3):207-210.
Autores: Bárbara de Oliveira, Letícia dos Santos, Maria Eduarda Papalardo e Sérgio da Silva (Monitora: Camila Marra)
Esse texto foi produzido por alunos do Colégio Pedro II, campus Engenho Novo, participantes do projeto "Torre Móvel", cadastrado na pró-reitoria de extensão da UFRJ. Se você quiser levar esse projeto para a sua escola também, entre em contato com a gente!
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