Em 2023, a comunidade científica espera ansiosamente o anúncio do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. A aposta atual para ganhar nesta categoria, com grande expectativa, é o pesquisador Zelig Eshhar. O motivo? Sua contribuição revolucionária para a pesquisa em imunoterapia do câncer, especificamente a criação do receptor quimérico de antígeno, ou CAR-T cell.
Mas o que exatamente é o CAR-T cell e por que isso poderia render o prêmio mais prestigioso do mundo para esse cientista e seu grupo?
Partindo do princípio, o câncer é uma doença desafiadora, caracterizada pelo crescimento descontrolado de células anormais que frequentemente resistem aos tratamentos convencionais. Cirurgias, quimioterapia e radioterapia, embora eficazes em alguns casos, causam efeitos colaterais significativos e não garantem a cura.
Nas últimas décadas, Eshhar e outros cientistas têm explorado a imunoterapia do câncer, como uma abordagem que utiliza o sistema imunológico do paciente para combater o câncer de forma direcionada. As células T, que são parte vital do sistema imunológico, têm o potencial de identificar e eliminar células cancerígenas. No entanto, o câncer frequentemente evita o sistema imunológico ou o suprime.
A pesquisa de Eshhar introduziu uma solução inovadora: as CAR-T cells. Essas células T são geneticamente modificadas para reconhecer especificamente as células cancerígenas e atacá-las de maneira eficaz. Imagine que as CAR-T cells são como caçadores de células cancerígenas altamente especializadas.
E como ocorre esse procedimento de modificação destas células de defesa? O processo começa com a coleta das células T do paciente, seguida da introdução de um gene que codifica o receptor quimérico de antígeno (CAR) nas células T. Posteriormente, essas CAR-T cells modificadas são cultivadas em grande quantidade e reintroduzidas no paciente. No corpo, elas atacam seletivamente as células cancerígenas, agindo como um exército de super soldados.
Os resultados da terapia CAR-T cell são notáveis. Pacientes com cânceres antes considerados incuráveis, como a leucemia linfoblástica aguda de células B, alcançam remissões duradouras. Isso representa uma revolução na luta contra o câncer, oferecendo esperança para diagnósticos desafiadores.
A imunoterapia do câncer, com destaque para as CAR-T cells, é uma das áreas mais empolgantes da pesquisa atual em medicina. A pesquisa de Zelig Eshhar desempenhou um papel crucial ao criar e aprimorar essa abordagem.
Caso ele receba o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2023, será um reconhecimento do impacto de suas pesquisas no campo da oncologia. Suas contribuições estão transformando a vida de pacientes com câncer em todo o mundo, oferecendo uma nova esperança e uma abordagem inovadora para enfrentar essa doença devastadora. É uma história de esperança, inovação e progresso na batalha contra o câncer.
Esse texto foi escrito por Felipe Aprigio, aluno de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro como parte da avaliação da disciplina "Prêmios Nobel em Biociências", coordenada pelo professor David Majerowicz.
Comentários
Postar um comentário